Artista: Billie Holiday
Autor: Carlos Calado
Editora: Folha de São Paulo
Ano: 2017
Páginas: 48
ISBN: 9788579493041
Onde comprar: Livraria da Folha
Sinopse: No ano em que se comemora o centenário das primeiras gravações de jazz, a Folha lança uma coleção com obras de 30 dos maiores artistas desse gênero musical. De cultuados cantores a conceituados compositores e instrumentistas, a Coleção Folha Lendas do Jazz oferece um extenso panorama do que já se produziu de melhor nessa música que valoriza a improvisação.
Resenha: Eleanora Fagan, nasceu em 07 de abril de 1915, em Filadélfia, na Pensilvânia, Estados Unidos da América. Filha de mãe solteira, teve uma infância muito difícil e já ao dois anos de idade, teve que ir morar e ser criada pela avó, pois a mãe precisava trabalhar. Aos cinco anos de idade, após sua mãe se casar com um motorista, Billie teve um raro momento familiar e relativa segurança financeira. Foi nessa época, com as brincadeiras de rua com os meninos da vizinhança, que aprendeu o blues e as canções maliciosas. Quando o casamento de sua mãe terminou, Billie teve que ir morar novamente com sua avó. Sentindo-se rejeitada, começou a dar muitos problemas e também se tornar agressiva em muitas ocasiões, o que acabou lhe rendendo nove meses em um internato para meninas negras delinquentes.
"Billie Holiday canta do jeito que é, definiu muito bem uma de suas seguidoras mais talentosas: a cantora Carmem McRae, que veio conhecê-la ainda na adolescência." pag. 09.
Depois que Sadie, sua mãe, ter juntado algumas economias, resolveu abrir um pequeno restaurante na comunidade negra em Baltimore. Contente por estar com a mãe, Billie ajudava na cozinha e na limpeza até altas horas da noite. Sua mãe, mais preocupada com seus namorados do que com sua própria filha, tomou um grande susto ao chegar em casa após uma noitada e pegar seu vizinho estuprando a pequena Billie, na primavera de 1926. O homem foi preso, mas Billie teve que voltar para o internato, pois ficou provado que sua mãe era incapaz de cuidar de sua filha.
"Como cantora, era dona de um estilo único. Em vez do scat, o canto baseado em onomatopeias que seu ídolo Louis Armstrong popularizou, ela preferia se concentrar nas letras das canções. Não só as interpretava com riqueza de entonações e recursos dramáticos, quase como uma atriz, mas também atrasava as frases das canções como se estivesse atrás do ritmo básico." p.26.
Aos 13 anos, conseguiu um emprego em um bordel levando recados e fazendo pequenos serviços de limpeza. Foi nesse local que ouviu pela primeira vez "West End Blues" de Louis Armstrong, figura importante na formação da futura cantora. Em 1928, sua mãe Sadie, decidiu tentar a sorte em Nova Iorque, deixando novamente a menina aos cuidados da avó. Billie acabou indo para o bordel onde começou a cantar e se prostituir e no ano seguinte foi morar junto de sua mãe no bairro do Harlem. Sadie e Billie, ambas prostitutas, acabaram presas em uma batida policial e Billie acabou tendo que passar cem dias em um reformatório. Quando saiu, Lady Day, como iria ser conhecida, disse à mãe que nunca mais iria limpar chão de gente branca e que iria se tornar cantora. Logo depois, já estava fazendo apresentações em pequenos cabarés e boates do Brooklyn e do Queens, começando uma carreira que lhe renderia o título de uma das mais influentes e populares cantoras do século 20.
Opinião: Quem ouve qualquer música cantada por Billie Holiday, não tem ideia de toda a infância sofrida que ela teve. Dona de uma voz quase incomparável demorou um bocado e teve muito mais problemas até chegar em seu auge nos anos 40, nos selos Commodore e Decca. Toda a infância e juventude problemática também serviu para que Billie Holiday caísse no vício da heroína e do álcool e abreviasse sua carreira na música. Confesso que não sabia praticamente nada dessa invejável intérprete do jazz que é amada por muitos até os dias de hoje e realmente fiquei impressionado por tudo que ela teve que passar.
Mas a carreira dessa brilhante cantora, decolou quando o produtor John Hammond a ouviu cantar em pequeno clube em 1933, quando ela tinha apenas 17 anos de idade. No mesmo ano, Billie entrou em estúdio pela primeira vez e gravou com a orquestra de ninguém menos do que Benny Goodman. Anos mais tarde, quando era vocalista da big band de Artie Shaw, ainda tinha problemas com segregação racial e era constantemente impedida de entrar em restaurantes e hotéis onde a banda se hospedava. Para sua decepção, acabou sendo substituída por uma vocalista branca.
Na última década de sua vida, Billie Holiday formou um time dos sonhos em seus discos, onde estavam sempre presentes o pianista Oscar Peterson, o contrabaixista Ray Brown ou o guitarrista Barney Kessel, sempre produzidos por Norman Granz. Essas gravações, hoje em dia, figuram entre as mais preciosas no legado da Lady Day e devem ser ouvidas sempre que possível por todos que apreciam essa grande cantora, pois são gravações impressionantes e absurdamente colossais.
Billie Holiday morreu em 17 de julho de 1959, por complicações de cirrose hepática e pouco antes de morrer no quarto de hospital onde estava internada, recebeu uma ordem de prisão por posse de drogas e seu quarto era vigiado por policias até o momento de seu falecimento. Billie Holiday teve uma vida difícil, complicada e curta, mas apesar de seus 44 anos de idade, quase todo vivido em prol da música, deixou um legado riquíssimo, imortal e imprescindível aos amantes da boa música.
Resenha: Eleanora Fagan, nasceu em 07 de abril de 1915, em Filadélfia, na Pensilvânia, Estados Unidos da América. Filha de mãe solteira, teve uma infância muito difícil e já ao dois anos de idade, teve que ir morar e ser criada pela avó, pois a mãe precisava trabalhar. Aos cinco anos de idade, após sua mãe se casar com um motorista, Billie teve um raro momento familiar e relativa segurança financeira. Foi nessa época, com as brincadeiras de rua com os meninos da vizinhança, que aprendeu o blues e as canções maliciosas. Quando o casamento de sua mãe terminou, Billie teve que ir morar novamente com sua avó. Sentindo-se rejeitada, começou a dar muitos problemas e também se tornar agressiva em muitas ocasiões, o que acabou lhe rendendo nove meses em um internato para meninas negras delinquentes.
"Billie Holiday canta do jeito que é, definiu muito bem uma de suas seguidoras mais talentosas: a cantora Carmem McRae, que veio conhecê-la ainda na adolescência." pag. 09.
Depois que Sadie, sua mãe, ter juntado algumas economias, resolveu abrir um pequeno restaurante na comunidade negra em Baltimore. Contente por estar com a mãe, Billie ajudava na cozinha e na limpeza até altas horas da noite. Sua mãe, mais preocupada com seus namorados do que com sua própria filha, tomou um grande susto ao chegar em casa após uma noitada e pegar seu vizinho estuprando a pequena Billie, na primavera de 1926. O homem foi preso, mas Billie teve que voltar para o internato, pois ficou provado que sua mãe era incapaz de cuidar de sua filha.
"Como cantora, era dona de um estilo único. Em vez do scat, o canto baseado em onomatopeias que seu ídolo Louis Armstrong popularizou, ela preferia se concentrar nas letras das canções. Não só as interpretava com riqueza de entonações e recursos dramáticos, quase como uma atriz, mas também atrasava as frases das canções como se estivesse atrás do ritmo básico." p.26.
Aos 13 anos, conseguiu um emprego em um bordel levando recados e fazendo pequenos serviços de limpeza. Foi nesse local que ouviu pela primeira vez "West End Blues" de Louis Armstrong, figura importante na formação da futura cantora. Em 1928, sua mãe Sadie, decidiu tentar a sorte em Nova Iorque, deixando novamente a menina aos cuidados da avó. Billie acabou indo para o bordel onde começou a cantar e se prostituir e no ano seguinte foi morar junto de sua mãe no bairro do Harlem. Sadie e Billie, ambas prostitutas, acabaram presas em uma batida policial e Billie acabou tendo que passar cem dias em um reformatório. Quando saiu, Lady Day, como iria ser conhecida, disse à mãe que nunca mais iria limpar chão de gente branca e que iria se tornar cantora. Logo depois, já estava fazendo apresentações em pequenos cabarés e boates do Brooklyn e do Queens, começando uma carreira que lhe renderia o título de uma das mais influentes e populares cantoras do século 20.
Opinião: Quem ouve qualquer música cantada por Billie Holiday, não tem ideia de toda a infância sofrida que ela teve. Dona de uma voz quase incomparável demorou um bocado e teve muito mais problemas até chegar em seu auge nos anos 40, nos selos Commodore e Decca. Toda a infância e juventude problemática também serviu para que Billie Holiday caísse no vício da heroína e do álcool e abreviasse sua carreira na música. Confesso que não sabia praticamente nada dessa invejável intérprete do jazz que é amada por muitos até os dias de hoje e realmente fiquei impressionado por tudo que ela teve que passar.
Mas a carreira dessa brilhante cantora, decolou quando o produtor John Hammond a ouviu cantar em pequeno clube em 1933, quando ela tinha apenas 17 anos de idade. No mesmo ano, Billie entrou em estúdio pela primeira vez e gravou com a orquestra de ninguém menos do que Benny Goodman. Anos mais tarde, quando era vocalista da big band de Artie Shaw, ainda tinha problemas com segregação racial e era constantemente impedida de entrar em restaurantes e hotéis onde a banda se hospedava. Para sua decepção, acabou sendo substituída por uma vocalista branca.
Na última década de sua vida, Billie Holiday formou um time dos sonhos em seus discos, onde estavam sempre presentes o pianista Oscar Peterson, o contrabaixista Ray Brown ou o guitarrista Barney Kessel, sempre produzidos por Norman Granz. Essas gravações, hoje em dia, figuram entre as mais preciosas no legado da Lady Day e devem ser ouvidas sempre que possível por todos que apreciam essa grande cantora, pois são gravações impressionantes e absurdamente colossais.
Billie Holiday morreu em 17 de julho de 1959, por complicações de cirrose hepática e pouco antes de morrer no quarto de hospital onde estava internada, recebeu uma ordem de prisão por posse de drogas e seu quarto era vigiado por policias até o momento de seu falecimento. Billie Holiday teve uma vida difícil, complicada e curta, mas apesar de seus 44 anos de idade, quase todo vivido em prol da música, deixou um legado riquíssimo, imortal e imprescindível aos amantes da boa música.
Sobre a Edição: A Coleção Folha Lendas do Jazz, segue o formato já conhecido da editora e é vendido, principalmente, na bancas de jornal de todo o país, mas também pode ser encontrado na loja da folha pela internet. A coleção é apresentada no formato tradicional do cd/livro, com uma arte muito bonita na capa e a lombada é fragmentada, formando uma cena no final da coleção, muito bacana.
O material é de primeiríssima qualidade, com a capa dura e brilhante e papel interno em couché brilhante também. Em resumo, exatamente como um cd deveria ser. O livro é recheado de fotos e sua fonte é bastante agradável. No final de cada edição, existe um glossário de termos utilizados, uma seção denominada "Frases", recomendações para ler, ouvir e assistir, o repertório do cd e uma breve descrição do autor Carlos Calado. Realmente, uma coleção que vai agradar tanto aos experientes como aos novatos nesse mundo tão maravilhoso chamado, JAZZ!
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