Título: A Passagem (A Passagem #1)
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Páginas: 816
Ano: 2010
ISBN: 9788599296820
Sinopse: Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos vestígios de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior. Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado.
Resenha: Em A Passagem, Justin Cronin nos apresenta um mundo pós-apocalíptico e tudo começa quando um experimento científico e audacioso conhecido como Projeto Noé, seleciona alguns criminosos sentenciados à morte para serem usados como cobaias, em um projeto para gerar longevidade ao ser humano. Contudo o projeto não dá certo e um vírus surge desse experimento, espalhando e dizimando cerca de 90% da população é, mas não para por ai, pois o resultado desse experimento é catastrófico, criaturas que se assemelham com vampiros ficam soltas no mundo, causando um enorme caos.
É nesse ambiente pós-apocalíptico que vamos acompanhar a jovem garota, filha de Jeanette. Amy em dada oportunidade foi abandonada pela mãe em um convento de freiras. Jeanette trabalhava como prostituta para conseguir sustentar a filha e devido um terrível acontecimento, foi obrigada a deixar a sua filha no convento. A criança fica então sob os cuidados da irmã Lacey, em seu novo lar e uma forte ligação é criada com a menina, gerando em Lacey um forte e profundo desejo de protegê-la, de cuidar da menina.
Em certa oportunidade, durante uma visita ao zoológico, Lacey percebe que Amy não é uma garotinha comum. Um alvoroço acaba acontecendo no zoológico por causa da garota e elas precisam sair de lá correndo, porém são abordadas pelos agentes federais Doyle e Wolgast.
"Eu ainda estava na ponte acima do trem quando as pessoas começaram a pular em cima dele. Todo mundo gritava. Os soldados atiravam nelas, como se tivessem recebido ordens de atirar em qualquer coisa, não importando o que fosse. Olhei para baixo e vi os corpos empilhados, que nem troncos em uma fogueira, e sangue por toda parte, tanto sangue que parecia que o mundo inteiro tinha se derramado." p. 280
Depois de capturada, acompanhamos a dura jornada do agente Brad Wolgast que deve levar junto de Doyle a garota para onde os testes e experimentos científicos estão ocorrendo, contudo Wolgast não concorda com a ideia e é preso junto com seu companheiro. Após algum tempo, o imprevisível acontece e os prisioneiros fogem e Wolgast empreende uma fuga com Amy, enquanto tenta protegê-la.
"Agora eram três saindo das sombras em direção à base da escada. Peter deu um passo para a direita, apertando a coronha com força contra o ombro. Mire como se fosse uma besta. Tinha uma chance mínima de acertar, mas talvez pudesse afugentá-los. Apertou o gatilho e eles pularam para longe, rolando pelo pátio e voltando rapidamente para o escuro. Havia ganhado alguns segundos, no máximo." p. 329
Após esses eventos, somos levados para a segunda parte da obra, por volta de 97 anos após o apocalipse, quando o restante da população luta para sobreviver e fica livre das ameaças presente nesse novo mundo, dominado por seres semelhantes aos vampiros. Os poucos sobreviventes vivem isolados, trancafiados em diversas cidades, cercadas por altos muros e lutando a cada dia contra essa feroz ameaça.
Opinião: A Passagem é o primeiro livro da trilogia escrita por Justin Cronin. Esse é um livro extenso, mas fascinante e que envolve o leitor do começo até o fim. Justin Cronin conta a história utilizando o passado e o futuro, com um salto temporal de quase um século após a infestação, demonstrando uma nova realidade, onde as pessoas não se lembram de como era o mundo antes do vírus, onde tudo parece um sonho distante.
Os personagens criados por Cronin são cativantes, a maioria permanece apenas no momento em que o apocalipse está ocorrendo e mesmo assim são marcantes, criando a sensação de vazio no leitor quando não se fazem mais presentes durante a trama. Justin Cronin ainda apresenta como grande diferencial na obra, a forma como lida com os seres sobrenaturais. Cronin praticamente ignora, deixa de lado esses seres, criaturas chamadas "virais", mencionando em alguns momentos os ataques e sobretudo, focando nos personagens sobreviventes.
É interessante ver que Justin Cronin explica tudo o que aconteceu para o apocalipse ocorrer nesse mundo que nos apresenta. Existe uma crítica sobre o fato do homem querer brincar de Deus e a culpa para esse caos é somente pelos atos e decisões que foram tomadas de forma muito errada, enfatizando assim, o ser humano como uma criatura autodestrutiva.
A narrativa de A Passagem apresenta características de suspense, horror, ficção científica e romance. Recomendo a obra, por ser uma leitura para diversos públicos, é um liro ambicioso e divertido, que te deixa curioso sobre o desenrolar dos fatos. Stephen King para vocês leitores terem uma ideia da força dessa obra, descreveu A Passagem como "um livro com a força dos épicos". A trilogia continua com os livros Os Doze e A Cidade dos Espelhos.
A Editora Arqueiro fez um belo trabalho, pois é simples e ao mesmo tempo muito bonita. A diagramação está muito boa, as folhas são amareladas e não percebi erros de revisão. Pelo tamanho da obra, posso dizer que a edição está impecável. Confira a nossa resenha do livro Os Doze, segundo volume da trilogia.
8 Comentários
Olá Yvens
ResponderExcluirMuito boa sua resenha
Não conhecia A Passagem, nem este autor. Gosto muito de trilogias, acho bacana acompanhar os personagens por vários livros.
Esta capa é sensacional, adorei!
Bjs
Olá Claudia, fico feliz que tenha gostado da resenha. Sim, vai ser possível acompanhar diversos personagens pelos livros.
ExcluirBjuss
lha,tô impressionada com essa construção de enredo... certamente deve ser uma leitura empolgante e eu curti muito também essa questão do salto temporal...
ResponderExcluirvou deixar a dica anotada, e se eu gostar do primeiro,certamente vou atrás dos outros dois volumes...
bjs :D
Maria Valéria, vai se impressionar ainda mais quando ler, pois essa é apenas uma pequena parte de um enredo e universo magnífico criado por Justin Cronin!
ExcluirBjuss
Nossa, eu não conhecia o livro e pela capa ele não me chamou atenção mas a resenha me deixou muito curiosa. O enredo me pareceu ser extremamente instigante e fiquei super interessada em realizar a leitura. Uma ótima dica!!!
ResponderExcluirÉ sim Beatriz, o enredo instiga e envolve o leitor, é uma obra fenomenal, umas das melhores que li nos últimos tempos!
ExcluirOlá, tudo bemw
ResponderExcluirAinda não conhecia esse livro, mas ao ler a sua sinopse fiquei curiosa.
Achei a premissa bem interessante e original. O único ponto que me deixou em dúvida quanto a ler foi o fato da obra apresentar característica de horror. Eu sou muito medrosa, então, fujo de livros que tenham essa característica.
Mas deixarei a dica anotada. Quem sabe a curiosidade acaba me vencendo né?
Beijos!
Fantástico, muito bom.
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