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[RESENHA #204] A PASSAGEM - JUSTIN CRONIN


Título: A Passagem (A Passagem #1)
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Páginas: 816
Ano: 2010
ISBN: 9788599296820
Onde Comprar: Amazon - Saraiva

Sinopse: Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos vestígios de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior. Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado.

Resenha: Em A Passagem, Justin Cronin nos apresenta um mundo pós-apocalíptico e tudo começa quando um experimento científico e audacioso conhecido como Projeto Noé, seleciona alguns criminosos sentenciados à morte para serem usados como cobaias, em um projeto para gerar longevidade ao ser humano. Contudo o projeto não dá certo e um vírus surge desse experimento, espalhando e dizimando cerca de 90% da população é, mas não para por ai, pois o resultado desse experimento é catastrófico, criaturas que se assemelham com vampiros ficam soltas no mundo, causando um enorme caos.

É nesse ambiente pós-apocalíptico que vamos acompanhar a jovem garota, filha de Jeanette. Amy em dada oportunidade foi abandonada pela mãe em um convento de freiras. Jeanette trabalhava como prostituta para conseguir sustentar a filha e devido um terrível acontecimento, foi obrigada a deixar a sua filha no convento. A criança fica então sob os cuidados da irmã Lacey, em seu novo lar e uma forte ligação é criada com a menina, gerando em Lacey um forte e profundo desejo de protegê-la, de cuidar da menina.

Em certa oportunidade, durante uma visita ao zoológico, Lacey percebe que Amy não é uma garotinha comum. Um alvoroço acaba acontecendo no zoológico por causa da garota e elas precisam sair de lá correndo, porém são abordadas pelos agentes federais Doyle e Wolgast.

"Eu ainda estava na ponte acima do trem quando as pessoas começaram a pular em cima dele. Todo mundo gritava. Os soldados atiravam nelas, como se tivessem recebido ordens de atirar em qualquer coisa, não importando o que fosse. Olhei para baixo e vi os corpos empilhados, que nem troncos em uma fogueira, e sangue por toda parte, tanto sangue que parecia que o mundo inteiro tinha se derramado." p. 280

Depois de capturada, acompanhamos a dura jornada do agente Brad Wolgast que deve levar junto de Doyle a garota para onde os testes e experimentos científicos estão ocorrendo, contudo Wolgast não concorda com a ideia e é preso junto com seu companheiro. Após algum tempo, o imprevisível acontece e os prisioneiros fogem e Wolgast empreende uma fuga com Amy, enquanto tenta protegê-la. 

"Agora eram três saindo das sombras em direção à base da escada. Peter deu um passo para a direita, apertando a coronha com força contra o ombro. Mire como se fosse uma besta. Tinha uma chance mínima de acertar, mas talvez pudesse afugentá-los. Apertou o gatilho e eles pularam para longe, rolando pelo pátio e voltando rapidamente para o escuro. Havia ganhado alguns segundos, no máximo." p. 329

Após esses eventos, somos levados para a segunda parte da obra, por volta de 97 anos após o apocalipse, quando o restante da população luta para sobreviver e fica livre das ameaças presente nesse novo mundo, dominado por seres semelhantes aos vampiros. Os poucos sobreviventes vivem isolados, trancafiados em diversas cidades, cercadas por altos muros e lutando a cada dia contra essa feroz ameaça.

Opinião: A Passagem é o primeiro livro da trilogia escrita por Justin Cronin. Esse é um livro extenso, mas fascinante e que envolve o leitor do começo até o fim. Justin Cronin conta a história utilizando o passado e o futuro, com um salto temporal de quase um século após a infestação, demonstrando uma nova realidade, onde as pessoas não se lembram de como era o mundo antes do vírus, onde tudo parece um sonho distante.
Os personagens criados por Cronin são cativantes, a maioria permanece apenas no momento em que o apocalipse está ocorrendo e mesmo assim são marcantes, criando a sensação de vazio no leitor quando não se fazem mais presentes durante a trama. Justin Cronin ainda apresenta como grande diferencial na obra, a forma como lida com os seres sobrenaturais. Cronin praticamente ignora, deixa de lado esses seres, criaturas chamadas "virais", mencionando em alguns momentos os ataques e sobretudo, focando nos personagens sobreviventes.
É interessante ver que Justin Cronin explica tudo o que aconteceu para o apocalipse ocorrer nesse mundo que nos apresenta. Existe uma crítica sobre o fato do homem querer brincar de Deus e a culpa para esse caos é somente pelos atos e decisões que foram tomadas de forma muito errada, enfatizando assim, o ser humano como uma criatura autodestrutiva.
A narrativa de A Passagem apresenta características de suspense, horror, ficção científica e romance. Recomendo a obra, por ser uma leitura para diversos públicos, é um liro ambicioso e divertido, que te deixa curioso sobre o desenrolar dos fatos. Stephen King para vocês leitores terem uma ideia da força dessa obra, descreveu A Passagem como "um livro com a força dos épicos". A trilogia continua com os livros Os Doze e A Cidade dos Espelhos.
A Editora Arqueiro fez um belo trabalho, pois é simples e ao mesmo tempo muito bonita. A diagramação está muito boa, as folhas são amareladas e não percebi erros de revisão. Pelo tamanho da obra, posso dizer que a edição está impecável. Confira a nossa resenha do livro Os Doze, segundo volume da trilogia.

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8 Comentários

  1. Olá Yvens
    Muito boa sua resenha
    Não conhecia A Passagem, nem este autor. Gosto muito de trilogias, acho bacana acompanhar os personagens por vários livros.
    Esta capa é sensacional, adorei!
    Bjs

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    1. Olá Claudia, fico feliz que tenha gostado da resenha. Sim, vai ser possível acompanhar diversos personagens pelos livros.
      Bjuss

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  2. lha,tô impressionada com essa construção de enredo... certamente deve ser uma leitura empolgante e eu curti muito também essa questão do salto temporal...
    vou deixar a dica anotada, e se eu gostar do primeiro,certamente vou atrás dos outros dois volumes...
    bjs :D

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    1. Maria Valéria, vai se impressionar ainda mais quando ler, pois essa é apenas uma pequena parte de um enredo e universo magnífico criado por Justin Cronin!
      Bjuss

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  3. Nossa, eu não conhecia o livro e pela capa ele não me chamou atenção mas a resenha me deixou muito curiosa. O enredo me pareceu ser extremamente instigante e fiquei super interessada em realizar a leitura. Uma ótima dica!!!

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    1. É sim Beatriz, o enredo instiga e envolve o leitor, é uma obra fenomenal, umas das melhores que li nos últimos tempos!

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  4. Olá, tudo bemw
    Ainda não conhecia esse livro, mas ao ler a sua sinopse fiquei curiosa.
    Achei a premissa bem interessante e original. O único ponto que me deixou em dúvida quanto a ler foi o fato da obra apresentar característica de horror. Eu sou muito medrosa, então, fujo de livros que tenham essa característica.
    Mas deixarei a dica anotada. Quem sabe a curiosidade acaba me vencendo né?
    Beijos!

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