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[RESENHA #262] NOSSOS DIAS INFINITOS - CLAIRE FULLER


Título: Nossos Dias Infinitos
Autora: Claire Fuller
Editora: Morro Branco
Páginas: 336

Ano: 2016
ISBN: 9788592795023
Onde Comprar: Amazon

Sinopse: Todos os pais mentem. Mas algumas mentiras são maiores do que as outras. "Datas só nos fazem perceber quão finitos nossos dias são, quão mais perto da morte ficamos a cada dia que passa. De agora em diante, Punzel, vamos viver seguindo o sol e as estações". Ele me pegou no colo e me girou, rindo. "Nossos dias serão infinitos". Com aquela última marca, o tempo parou para nós em 20 de agosto de 1976".Peggy tinha oito anos quando seu pai a levou para viver em uma remota cabana no meio de uma floresta europeia. Lá ele lhe disse que sua mãe e todas as outras pessoas do mundo morreram. Agora eles precisam viver da terra e sobreviver ao rigoroso inverno. Mas até quando a pequena Peggy vai acreditar na história de seu pai? Até quando você pode ficar são, quando o mundo está perdido? o que acontece quando você para de crer em tudo?


Resenha: Narrado em primeira pessoa, em Nossos Dias Infinitos vamos ser conduzidos por Peggy, também conhecida por Punzel, diminutivo de Rapunzel, um apelido carinhoso que seu pai lhe deu. Peggy divide a narrativa em dois momentos, nos anos de 1976 e 1985 que é o período no qual se encontra. A mãe de Peggy é Ute, uma famosa pianista alemã que se apaixonou por James, um homem que participa de um grupo conhecido como Refugiados do Norte de Londres. Esse grupo se reunia para discutir sobre o apocalipse e o pai de Peggy, construiu até um abrigo nuclear para proteger a família, porém sua mãe se mantinha afastada dessas ideias malucas, o que incluía treinamentos envolvendo pai e filha.

"Naquele dia, naquele ínfimo instante, meu pai estava estranhamente relaxado e bonito, com seus cabelos longos e seu rosto fino, enquanto Ute, em uma saia na altura dos tornozelos e uma blusa branca de mangas bufantes, saía do quadro como se tivesse sentindo o cheio de comida queimando." p. 10.

Em certo dia, a família é surpreendida com a ida de Ute para a Alemanha, foi algo tão inesperado, que pai e filha não souberam lidar com esse evento. Ambos para tentar esquecer o que aconteceu, resolvem criar uma aventura no jardim da própria casa, onde iriam caçar pequenos animais como forma de passar o tempo. Mas James recebe um telefonema que muda tudo e Peggy claramente vê o pai discutindo com alguém.

James resolve arrumar as malas, ele parte com sua filha Peggy em uma viagem longa e difícil. A garotinha acredita que ela está indo passar uma férias ao lado do seu pai, longe de tudo e todos. Ao chegarem no destino, eles arrumam uma cabana caindo aos pedaços, no meio de uma densa floresta e James alega que tudo vai ser divertido, nesse que será o novo e temporário lar para ambos.

"De repente, ele falava alto, como se alguém tivesse aumentado seu volume. Havia aves e vento nas árvores e, ao longe, eu podia ouvir um rio, um ruído infinito, como o de uma multidão de pessoas a certa distância." p. 77.

Com o passar do tempo, Peggy vai ficando confusa e com muita saudades da sua casa, ela vive reclamando com o pai que quer voltar para a sua verdadeira casa. Em certo dia, depois de uma terrível e avassaladora tempestade que precisam enfrentar, os dois conseguem sobreviver dentro da cabana e James, relata para a sua filha, que na verdade o mundo foi destruído, restando apenas os dois na face da terra, e que precisam morar ali para sempre.

Nesse cenário relatado por seu pai, Peggy acredita que de fato um apocalipse ocorreu e que precisam agora sobreviver por meio dos recursos naturais que são encontrados na floresta, afinal, só eles tiveram essa sorte de sobreviver e não existe mais motivos para querer voltar, ou seja, até a sua querida e amada mãe morreu na Alemanha. A partir desse momento, acompanhamos uma narrativa sobre como são os desafios que ambos precisam superar para sobreviverem na floresta, além é claro dos antigos hábitos que devem ser superados, mas não demora muito para Peggy perceber que esse pode ser um caminho sem volta na sua vida.


Opinião: Nossos Dias Infinitos é um livro interessante, que apresenta ao leitor uma alternativa de vida, viver na natureza. Claire Fuller nos apresenta um psicológico bem elaborado no qual Peggy cresce em meio as loucuras do próprio pai, algo que nos gera a vontade de querer cuidar da garotinha. A autora ainda descreve com riqueza de detalhes a história, de forma poética, levando ao leitor cenários bem trabalhados. 
Esse é um livro intenso e trabalha com as emoções do leitor, nos deixando por vezes perdidos. É bem legal acompanhar o amadurecimento de Peggy com o passar dos anos, bem como os mistérios que surgem no decorrer da leitura. A autora nos presenteia com uma trama envolvente e uma narrativa que alterna entre os anos de 1976 e 1985, além disso tem um final que surpreende.
A edição está muito bonita, a capa ficou maravilhosa, a fonte e espaçamento ficaram confortáveis, as folhas são amareladas e os capítulos não são longos, aspectos que propiciam uma rápida leitura. Apesar do pouco tempo no mercado editorial, a Morro Branco demonstra o seu trabalho com qualidade e competência.

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