Título: Doze anos de escravidão
Autor: Solomon Northup
Editora: Penguin Companhia
Páginas: 280
Páginas: 280
Sinopse: Considerada a melhor narrativa já escrita sobre um dos períodos mais nebulosos da história americana, Doze anos de escravidão narra a história real de Solomon Northup, um negro livre que, atraído por uma proposta de emprego, abandona a segurança do Norte e acaba sendo sequestrado e vendido como escravo.
Depois de liberto, Northup publicou o relato contundente de sua história, que se tornou um best-seller imediato. Hoje, 160 anos após a primeira edição, Doze anos de escravidão é reconhecido como uma narrativa de qualidades excepcionais. Para a crítica, o caráter especial do livro deve-se ao fato de o autor ter sido um homem culto que viveu duas vidas opostas, primeiro como cidadão livre e depois como escravo.
Resenha: Em 12 anos de escravidão vamos conhecer o homem negro, livre e culto que da noite para o dia literalmente virou escravo. Solomon, era violinista, sabia ler, escrever, viajou e conheceu diversos locais no norte do Estados Unidos, assim como conheceu também o Canadá, algo raro para um homem negro, em um período que parte do país estava ainda arraigado à cultura da escravidão.
Solomon, morador de Saratoga Springs, Nova Iorque, recebe uma proposta para como violinista ir para Washington, diante da oferta tentadora, Solomon viaja com os dois homens que o contrataram, Brown e Hamilton, todavia em certa noite os contratantes embriagam Solomon e este acorda preso aos grilhões da escravidão em uma senzala de propriedade de James Burch. Nesse momento Solomon começa a conhecer um pouco da escravidão, quando na condição de cativo, foi espancado e torturado.
"Ai! Eu ainda não havia aprendido extensão da desumanidade de um homem para com outro homem; tampouco até que infinita medida de maldade um homem é capaz de ir pelo amor ao lucro." p. 41.
Em seus 12 anos de escravidão, Solomon foi vendido e passou por 3 donos: William Prince Ford, ao qual dispensa comentários bondosos, e os infames John Tibeats e Edwin Epps. Para este último ficou 10 anos sob o açoite. Durante o período que Solomon esteve sob a condição de escravo, conheceu diversas mazelas humanas, a fome, a tortura, o descaso, castigos e lesões corporais. Trabalhou como carpinteiro, catador de algodão, viu o abuso dos senhorios em face aos seus "animais negros".
"O número de açoites é calculado de acordo com a natureza de cada caso. Vinte e cinco são considerados mera reprimenda, infligidos, por exemplo, quando uma folha seca ou um fragmento de capulho é encontrado no algodão, ou quando um galho é quebrado no campo; cinquenta é a punição-padrão que aguarda todas as faltas da faixa seguinte de gravidade; cem açoites é considerada uma punição severa: é o infligido para o delito grave de ficar no campo sem fazer nada..." p. 146.
Ao longo do livro tomamos conhecimento dos medos, da raiva e das esperanças de Solomon. Por ter vivido 10 anos sob o julgo de Epps, grande parte da narrativa advém deste período. Epps era seu senhor, um lunático, que não tinha consideração ou respeito por qualquer de seus escravos. Quando bêbado, e isso era quase sempre, adorava açoitá-los por qualquer motivo.
O livro é narrado em primeira pessoa, o que dá um toque sentimental, pessoal e uma visão profunda da história de Solomon e da escravidão.
Opinião: Através de livro pude vislumbrar um pouco a crueldade humana em face ao próximo, no caso a relação do homem branco dos Eua no século XIX, principalmente o sulista em face ao homem negro. As condições que os negros eram postos à prova, eram subumanas, alimentação precária, pior por exemplo que dos porcos.
Além disso eram tratados como animais, a carga horária de trabalho não era padrão, os negros trabalham por mais de 14 horas diárias, isso de segunda até segunda, os únicos dias de descanso que viam no ano era nas festividades de natal.
Outro fato que saltou aos meus olhos era que alguns dos senhores de escravos não eram cruéis, todavia utilizavam de passagens do velho testamento para controlar os negros e assim não ter que castigar, punir eles, obrigando-os a cumprirem as ordens dadas.
Por algumas vezes tive que parar a leitura, é uma obra repleta de detalhes, do ambiente, do trabalho e da vida dos escravos, parei algumas vezes pois fiquei cansado de ler as crueldades, mas se trata de uma grande obra. Solomon ainda nos traz e nos mostra sua determinação para viver, uma força colossal que durante 12 anos venceu barreiras, muito dessa vontade se deu pelo fato de querer rever a família e também pela fé em Deus que nunca deixou de ter, pode ter em alguns momentos ter duvidado, mas não abandonou jamais sua fé. É uma obra que recomendo, um livro fantástico.
Por Yvens Castro.
Depois de liberto, Northup publicou o relato contundente de sua história, que se tornou um best-seller imediato. Hoje, 160 anos após a primeira edição, Doze anos de escravidão é reconhecido como uma narrativa de qualidades excepcionais. Para a crítica, o caráter especial do livro deve-se ao fato de o autor ter sido um homem culto que viveu duas vidas opostas, primeiro como cidadão livre e depois como escravo.
Resenha: Em 12 anos de escravidão vamos conhecer o homem negro, livre e culto que da noite para o dia literalmente virou escravo. Solomon, era violinista, sabia ler, escrever, viajou e conheceu diversos locais no norte do Estados Unidos, assim como conheceu também o Canadá, algo raro para um homem negro, em um período que parte do país estava ainda arraigado à cultura da escravidão.
Solomon, morador de Saratoga Springs, Nova Iorque, recebe uma proposta para como violinista ir para Washington, diante da oferta tentadora, Solomon viaja com os dois homens que o contrataram, Brown e Hamilton, todavia em certa noite os contratantes embriagam Solomon e este acorda preso aos grilhões da escravidão em uma senzala de propriedade de James Burch. Nesse momento Solomon começa a conhecer um pouco da escravidão, quando na condição de cativo, foi espancado e torturado.
"Ai! Eu ainda não havia aprendido extensão da desumanidade de um homem para com outro homem; tampouco até que infinita medida de maldade um homem é capaz de ir pelo amor ao lucro." p. 41.
Em seus 12 anos de escravidão, Solomon foi vendido e passou por 3 donos: William Prince Ford, ao qual dispensa comentários bondosos, e os infames John Tibeats e Edwin Epps. Para este último ficou 10 anos sob o açoite. Durante o período que Solomon esteve sob a condição de escravo, conheceu diversas mazelas humanas, a fome, a tortura, o descaso, castigos e lesões corporais. Trabalhou como carpinteiro, catador de algodão, viu o abuso dos senhorios em face aos seus "animais negros".
"O número de açoites é calculado de acordo com a natureza de cada caso. Vinte e cinco são considerados mera reprimenda, infligidos, por exemplo, quando uma folha seca ou um fragmento de capulho é encontrado no algodão, ou quando um galho é quebrado no campo; cinquenta é a punição-padrão que aguarda todas as faltas da faixa seguinte de gravidade; cem açoites é considerada uma punição severa: é o infligido para o delito grave de ficar no campo sem fazer nada..." p. 146.
Ao longo do livro tomamos conhecimento dos medos, da raiva e das esperanças de Solomon. Por ter vivido 10 anos sob o julgo de Epps, grande parte da narrativa advém deste período. Epps era seu senhor, um lunático, que não tinha consideração ou respeito por qualquer de seus escravos. Quando bêbado, e isso era quase sempre, adorava açoitá-los por qualquer motivo.
O livro é narrado em primeira pessoa, o que dá um toque sentimental, pessoal e uma visão profunda da história de Solomon e da escravidão.
Opinião: Através de livro pude vislumbrar um pouco a crueldade humana em face ao próximo, no caso a relação do homem branco dos Eua no século XIX, principalmente o sulista em face ao homem negro. As condições que os negros eram postos à prova, eram subumanas, alimentação precária, pior por exemplo que dos porcos.
Além disso eram tratados como animais, a carga horária de trabalho não era padrão, os negros trabalham por mais de 14 horas diárias, isso de segunda até segunda, os únicos dias de descanso que viam no ano era nas festividades de natal.
Outro fato que saltou aos meus olhos era que alguns dos senhores de escravos não eram cruéis, todavia utilizavam de passagens do velho testamento para controlar os negros e assim não ter que castigar, punir eles, obrigando-os a cumprirem as ordens dadas.
Por algumas vezes tive que parar a leitura, é uma obra repleta de detalhes, do ambiente, do trabalho e da vida dos escravos, parei algumas vezes pois fiquei cansado de ler as crueldades, mas se trata de uma grande obra. Solomon ainda nos traz e nos mostra sua determinação para viver, uma força colossal que durante 12 anos venceu barreiras, muito dessa vontade se deu pelo fato de querer rever a família e também pela fé em Deus que nunca deixou de ter, pode ter em alguns momentos ter duvidado, mas não abandonou jamais sua fé. É uma obra que recomendo, um livro fantástico.
Por Yvens Castro.
14 Comentários
Olá, Yvens
ResponderExcluirEu li esse livro no ano passado e me surpreendi bastante pelas descrições realizadas, bem como a coragem dos personagens retratados. A crueldade é mesmo algo sem sentido e como você mesmo disse, cansativo demais. É uma sensibilidade que não acaba mais, e é claro que o leitor consegue perceber várias mensagens no trajeto. É mesmo um livro fantástico. Adorei a sua resenha!
Beijos, Fer
Obrigado Fernanda pelo elogio! Esse é um livro que me fez refletir sobre a relação do homem com o próximo e a escravidão no todo.
ExcluirEu não li ainda o livro, mas assisti ao filme. Percebemos que muitas vezes os senhores sabiam que os negros estavam falando a verdade, mas simplesmente puniam-os só para mostrar quem mandava, para mostrar que eles tinham o poder. O filme é bem forte, e retrata bem a dificuldade vividas pelo os negros naquela época, fiquei com muita vontade de ler o livro e saber mais detalhes da história.
ResponderExcluirhttps://nerdbookblog.wordpress.com/
Oi Yvens, não conhecia o livro, só o filme e estou enrolando assistir porque imagino toda a crueldade nele... Ler sobre, em primeira pessoa ainda, deve ser muito intenso. Dá uma raiva dos seres humanos esse tipo de história. Ótima essa sua leitura!
ResponderExcluirBjs, Cass | www.livroseoutrascoisas.com.br
eu tenho esse livro aqui mas ainda nao tive oportunidade pra ler, espero fazê-lo ainda esse ano... e já prevejo a indignação que vai me acompanhar ao longo da leitura, certamente é uma narrativa forte e que vai me levar às lágrimas... tô pressentindo isso... xD
ResponderExcluirbjs...
Oi, Yvens
ResponderExcluirJá li a obra, mas em uma outra edição, da Editor Seoman. Esse livro é mesmo incrível e descreve muito bem as crueldades no tempo da escravidão. O fato de ser verídico, torna tudo ainda mais repugnante. Assim como você, eu parei para respirar várias vezes na leitura, porque não estava aguentando aquelas descrições tão cruéis. Ótima resenha.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Não tenho vontade de ler esse livro no momento por motivos de: certamente é bem pesado. Pode ser que um dia eu venha a lê-lo, mas certamente não será agora porque, bah, acabei de sair de uma leitura de Vidas Secas e quero algo mais tranquilo pelos próximos meses.
ResponderExcluir;*
Lendo a resenha, lembrei do livro Autobiografia do Poeta-Escravo, lido recentemente. Também no livro, há passagens da crueldade humana, chorei muito, principalmente por ser real. Infelizmente, ainda não li Doze anos de escravidão
ResponderExcluirOi, Yvens!
ResponderExcluirEu assisti ao filme espetacular, mas ainda não li o livro, algo que quero fazer muito. O mais próximo da vida dos escravos que cheguei através de leituras foi A Invenção das Asas, livro também incrível, mas acredito que menos impactante do que Doze anos de escravidão. Desejo muito ler.
Eu confesso que sem uma resenha eu não me interessaria pela leitura do livro, mas já vi comentários de que o enredo é excelente e parece com um outro livro que eu já li desse tema.
ResponderExcluirhttp://laoliphant.com.br/
Olá Yvens, tenho muita vontade de ler esse livro, é uma história tensa deu para perceber, e com certeza não é uma leitura fácil! Eu vi ao filme e fiquei muito emocionada! Adorei a resenha, bjs.
ResponderExcluirOlá! Já tinha ouvido falar deste livro, mas confesso que ainda não tinha tido coragem para ler. Mas recentemente li uma obra chamada "O livro dos Negros" depois procure, e não tive como fugir. também arei a leitura para respirar, mas foi impactante e lendo agora a sua resenha foi impossível não lembrar.
ResponderExcluirObrigada pela dica e parabéns pela belíssima resenha!
Hey,
ResponderExcluirSó fui conhecer a existência desse livro depois do lançamento do filme e desde aquele momento morro de vontade de ler porque parece ser realmente incrível. Acho que esses detalhes que contém no decorrer da história é um dos diferenciais que me faz querer tanto ler; é a possibilidade de realmente conhecer um pouco mais intimamente, mesmo que ficcionalmente, a vida dos escravos.
Beijos,
Dois Dedos de Prosa
Eu nunca vi o filme e nem li o livro. Não por falta de oportunidades, eu simplesmente preferi não conhecê-los, é uma parte muito pesada da história. . Eu não sabia que era uma história realDepois da sua resenha, vou corer atrás dos dois e aguentar a leitura mesmo sendo pesada.
ResponderExcluirMuito triste saber tudo que o ser humano foi capaz de fazer.
Beeijos, Erica Regina
Blog Parado na Estante / Fanpage Parado na Estante