Título: 1968 - Quando a Terra Tremeu
Autor: Roberto Sander
Editora: Vestígio
Páginas: 304
Ano: 2018
ISBN: 9788582864371
Onde Comprar: Amazon - Saraiva
Sinopse: 1968 é um ano-chave para a história mundial e brasileira, repleto de episódios emblemáticos, como o Maio Francês e a Primavera de Praga, na Europa, e a Passeata dos Cem Mil e a imposição do temido AI-5, num Brasil subjugado pelo regime militar. A abordagem do jornalista Roberto Sander neste livro, contudo, não se limita aos acontecimentos políticos que tão profundamente marcaram o período. O painel de 1968 construído aqui é completamente novo. A narrativa avança mês a mês, tratando dos mais variados assuntos. O leitor é levado ora para a Guerra do Vietnã, ora para a primeira visita ao Brasil de um arredio Mick Jagger; para a África do Sul, em pleno Apartheid, onde acontecia o primeiro transplante de coração bem-sucedido do mundo; para Havana, onde Fidel Castro fazia um expurgo no Partido Comunista cubano; e para as viagens espaciais que preparavam a chegada do homem à Lua. Em 1968 – Quando a Terra tremeu, Roberto Sander explora histórias saborosas e surpreendentes sobre ciência, moda, comportamento, esporte e cultura em geral, daquele que foi um ano ainda mais complexo, assombroso e sedutor do que se sabe.
Resenha: O livro de hoje é para aqueles que amam história, pois o jornalista Roberto Sander traz em "1968: Quando a Terra Tremeu" fatos e grandes acontecimentos que nos são apresentados por meio de pequenos discursos. O livro é dividido em doze partes e cada uma está relacionada a cada mês do ano. Ao longo da leitura nos deparamos com diversas informações, curiosidades e fatos que marcaram a história como o assassinato de Martin Luther King, importante figura na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos naquela década.
É no ano de 1968 que pela primeira vez que Mick Jagger; uma grande estrela do rock vem ao Brasil e aqui um jovem chamado Roberto Carlos está em plena ascensão na música popular brasileira. Nesse ano ocorre uma grande evolução na medicina, ocorrendo o primeiro transplante inter-racial com sucesso em todo o mundo. Mas nem tudo são flores, haja visto que esse ano o Brasil era liderado pelas forças armadas, para alguns foi um governo militar e para outros uma ditadura militar (não vou entrar no mérito dessa questão), mas esse período existiu um claro cerceamento de expressão (um direito individual que foi garantido posteriormente na Constituição da República de 1988) com foco principal na classe dos artistas e estudantes.
"O homem que comandava o Brasil naquele início de 1968 era Arthur da Costa e Silva, um marechal gaúcho, de 66 anos, ar sisudo, feições rudes e um tanto controverso. Sempre de óculos escuros, se orgulhava do uniforme militar impecável, enfeitado por fiadas de medalhas no peito, bem ao estilo de um caricatural ditador latino-americano [...]" p. 17.
Contudo, o ano de 1968 ficou marcado não apenas pelo momento político no Brasil ou mesmo com o assassinato da Martin Luther King, já que diversos outros países enfrentaram algum tipo de problema. Países como a Alemanha, Egito, França e até mesmo Japão precisaram lidar com conflitos entre movimentos de estudantes de um lado contra o governo de outro. Na América Latina, países como Uruguai e Peru sofreram internamente, o primeiro entrou em Estado de Sítio ( ) e no Peru ocorreu um golpe político. No caribe um pequeno país chamado Cuba estava em guerra, nos Estados Unidos Robert F. Kennedy (irmão mais novo de JFK) é assassinado.
"Ainda estava bastante vivo para os norte-americanos o trauma do assassinato do presidente John Kennedy, em 1963, quando seu irmão, o senador Bob Kennedy, também foi vítima de um atentado. Ele disputava a candidatura do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos e estava em Los Angeles, onde acabara de vencer as primárias da Califórnia [...]" p. 135.
Garrincha, uma lenda do futebol brasileiro e bi-campeão mundial pela seleção brasileira é preso por não pagar pensão para suas oito filhas. Sylvion Fiolo com apenas 17 anos consegue bater um recorde mundial na natação que outrora pertencia ao russo Vladimir Kosinski. Voltando ao cenário mundial, a Guerra do Vietnã está a todo vapor, assim como a corrida armamentista entre os Estados Unidos e a URSS que estão em plena guerra fria.
Opinião: 1968 foi um ano rico historicamente falando, diversos acontecimentos marcaram os campos: política, militar, esporte, música e medicina. Roberto Sander nos deixa por dentro de tudo que aconteceu, como o FBI acusando John Lennon de ser um extremista perigoso e até mesmo Caetano Veloso e Gilberto Gil sendo detidos. O autor aborda muito em seu livro o governo militar e ele descreve sobre grandes passeatas que foram realizadas em prol da democracia, passeatas essas que inclusive tomaram o Rio de Janeiro.
Uma escolha positiva do autor foi alternar os assuntos ao longo do livro, passando pela da Guerra do Vietnã, o assassinato do pastor Martin Luther King e suscitando temas e eventos marcantes no campo do cinema, música, tecnologia e moda. Achei isso extremamente positivo, pois não cansa o leitor ao focar em apenas um tema. Outro ponto super positivo é a organização do livro por meses, ele não divide em capítulos, mas de janeiro até dezembro de 1968. Em cada mês o autor aborda em média sete fatos, sendo eles em âmbito nacional ou mundial. Fica claro que o autor realizou uma pesquisa minuciosa sobre a história nacional e mundial para elaborar esse livro.
1968 é um livro rico em detalhes e informações, o autor abre espaço para falar sobre personagens importantes na história como: Indira Gandhi, Yuri Gagarin, João Goulart, Manuel Bandeira e outros. Eu amo história e fui facilmente envolvido na leitura, por vezes fiquei com a sensação de que estava lendo um romance. Eu acredito que o leitor em geral vá gostar dessa leitura, principalmente para poder entender um pouco sobre o comportamento humano, já que mesmo após 50 anos o ser humano ainda apresenta traços comportamentais daquela época como: a discriminação e intolerância ao próximo, mas também para entender o quanto as mudanças na tecnologia e outros campos contribuíram para os dias de hoje.
Sobre a Edição: A edição de 1968 ficou muito legal, a Editora Vestígio incluiu diversas fotos ao início de cada capítulo e isso enriqueceu o livro, pois essas imagens retratam importantes momentos na história. A diagramação ficou muito boa, as folhas são levemente amareladas e o papel utilizado foi off-white 90 g/m e possui uma gramatura excelente. A revisão ficou muito boa e não encontrei qualquer erro. O livro conta ainda com um sumário com todos os meses do ano de 1968 e os acontecimentos que foram selecionados de cada um desses meses. Por fim, eu gostei muito da repleta que conta com diversos detalhes e captura muito bem a essência do que está por vir na leitura.
5 Comentários
Tudo bem? Esse ainda não li, mas estou super afim faz um tempo.
ResponderExcluirEspero ter oportunidade em breve.
Não tenho comprado muitos livros.
Mas assim que der vou adquirir esse.
Beijos.
www.alempaginas.com
É um livro que possui um conteúdo muito rico, sem dúvida!
ResponderExcluirNão posso dizer que não gosto de história, porque ultimamente tenho lido muitos livros com essa abordagem histórica, ainda que de forma bem dinâmica como este me parece, no entanto, o livro não despertou meu interesse.
Mas enfim, sucesso!
Eliziane Dias
Sou fascinado por história e esse livro é uma grata surpresa! Com certeza descobrirei muitos assuntos e aprenderem mais sobre como chegamos a ser o que hoje somos. Na questão sobre a ditadura militar é o que mais me interessa, afinal, foi um divisor de águas no Brasil.
ResponderExcluirÓtima sugestão!
Abraços! 😊
Esse livro é para mim! =D
ResponderExcluirAdoro história e me interesso muito pelos acontecimentos que marcaram o século XX. Estou gostando bastante dessas dicas de leituras que vocês estão trazendo ultimamente! Obrigada!
Oi Yvens, tudo bem?
ResponderExcluirAdoro passar em seu blog, pois sempre consigo pegar ótimas dicas para livros que não leria por mim mesma. Sou fissurada em histórias e esse livro parece ser um prato cheio delas. Gostei bastante de saber que o autor não focou em apenas um nicho ou coisa, mas abordou o ano de 1968 em seu todo, em diversas áreas. Com certeza isto torna a leitura mais fluída e deve trazer sensação incríveis. Dica anotada, adorei conhecer a obra!
Beijos!