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[RESENHA #508] VIVER BEM É A MELHOR VINGANÇA - CALVIN TOMKINS

Título:Viver bem é a melhor vingança
Autor:Calvin Tomkins
Editora:Autêntica
Tradução:Beatriz Horta
Páginas:128
Ano:2018
ISBN:9788551300107
Onde comprar:Amazon- Saraiva

Sinopse:Nas palavras do jornalista Sérgio Augusto, Calvin Tomkins escreveu “a mais enxuta e gratificante crônica sobre a Paris da Geração Perdida e seu mais glamoroso casal de expatriados, Gerald e Sara Murphy”. Os Murphys chegaram à França após a Primeira Guerra Mundial, época em que uma leva de artistas e intelectuais americanos foram se estabelecer às margens do Sena. O casal vivia cercado de pintores, músicos e escritores. Fitzgerald, seu hóspede mais assíduo, inspirou-se em Gerald e Sara para compor os protagonistas de Suave é a noite. Além dele e de Zelda, as reuniões dos Murphys tinham Cole Porter, Hemingway, Picasso, Léger, Gertrude Stein, Cocteau e Satie entre seus habitués. Ilustrado com fotos do álbum de família dos Murphys, além de uma seleção especial dos quadros pintados por Gerald Murphy, Viver bem é a melhor vingança é uma bela e evocativa memória dos anos loucos em Paris, que transformaram uma geração.

Resenha:Calvin Tomkins, através de uma narrativa leve, nos apresenta um pouco da história dos Murphy na década de ouro na França e um pouco além disso. O casal ficou famoso por inspirar o casal central de Suave é a Noite de Scott Fitzgerald. Mesmo com diversas diferenças e uma grande alteração de maneirismos dos personagens principais da trama, pode-se dizer que Fitzgerald começou se baseando nos Murphys e terminou baseando-se em si mesmo e sua mulher, Zelda.

“Os Murphys não apreciaram a leitura do romance que Fitzgerald tinha dedicado “A Gerald e Sara – Muitas alegrias”. Sara, que ficara bastante ofendida com o texto, disse certa vez que rejeitava categoricamente “qualquer semelhança conosco ou com qualquer pessoa que algum dia conhecemos.” p. 21.
De qualquer forma, os Murphys e os Fitzgerald mantiveram uma amizade até o final de suas vidas. Gerald e Sara se sentiam mais ou menos responsáveis por seus amigos, algo até como um relacionamento entre pais e filhos, pois a preocupação com os desvarios do casal se tornava cada vez maior a cada loucura do casal de escritores.

Gerald, que era filho de Patrick Murphy, responsável pela expansão da Mark Cross Company, uma loja de artigos finos de couro, logo notou que não iria seguir os negócios da família. Tentou por algum tempo, mas logo convergiu para as artes. Pintor de grande talento, deixou vários trabalhos primorosos e avançados para a época em que foram criados. Sara, era uma das três filhas de Frank B. Wiborg, um milionário e inventor de máquinas de tintas para impressão. Eles já se conheciam desde de pequenos e acabaram se casando em 30 de dezembro de 1920. Tiveram três filhos e em 1921, se mudaram para Paris e logo se mudaram para a Riviera Francesa, onde conheceram e influenciaram muitos amigos que eram artistas e escritores da dita geração perdida.
Opinião: Mesmo para quem não conhece o casal, a leitura de Viver bem é a melhor vingança é bastante agradável pelas sutilezas dos bastidores dos loucos anos 20 franceses. Calvin tem uma escrita leve que nos faz embarcar na história dos Murphys, que foi bem interessante de se acompanhar. 

Muitas vezes fiquei surpreso ao saber das colaborações que eles tiveram em alguns trabalhos de pessoas como Cole Porter, Stravinsky, Ernest Hemingway entre vários outros. Assim como é bacana de ver a reciprocidade que tinham entre si. Os Murphys amavam muito seus amigos e estes respondiam com o mesmo amor e quase veneração.

Acredito que Viver bem é a melhor vingança é uma leitura leve e informativa para quem quer saber um pouco mais dos anos loucos da década de 20 e desse casal brilhante que teve seus altos e baixos em toda sua vida, assim como nos narra Calvin Tomkins. 
Sobre a Edição: Viver bem é a melhor vingança de Calvin Tomkins da editora Autêntica vem no formato 14x21, com acabamento brochura, folhas amareladas e fonte bem agradável, que é o modelo padrão desse tipo de publicação da editora. A capa vem com a foto do casal na década de 20 e o título em verniz.
Sobre o autor: Calvin Tomkins nasceu no condado de Orange, nos Estados Unidos, em 17 de dezembro de 1925. Escritor e jornalista, ocupou o cargo de editor-geral da Newsweek entre 1957 e 1959 e, depois de fazer algumas contribuições isoladas para The New Yorker, em 1960 tornou-se membro oficial da redação da revista. Escreveu mais de uma dúzia de livros, entre eles Duchamp – uma biografia (Cosac Naify), Merchants and Masterpieces: the Story of The Metropolitan Museum of Art e Off the Wall: Robert Rauschenberg and the Art World of Our Time, elogiado em todo o mundo. Tomkins recebeu o primeiro Prêmio Clark por livros de destaque nas artes, em 2007. Mora em Nova York com a esposa Dodie Kazanjian, também escritora e curadora da Galeria Met na Metropolitan Opera.

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