Autor: Frances Hodgson Burnett
Editora: Martin Claret
Páginas: 296
Ano: 2017
Sinopse: Descendente da aristocracia inglesa - mas nascida e criada na Índia - Mary Lennox é uma menina de dez anos que vê sua vida se transformar após a perda dos pais, obrigando-a a se mudar para a Inglaterra e morar com um tio que nunca conheceu. Em meio à mansão no condado de Yorkshire, Mary começa a desbravar os segredos escondidos ali, eliminando as ervas daninhas que encobrem os caminhos que levam ao secreto jardim e fazendo amizades que transformam sua trajetória e a de todos ao seu redor.
Resenha: Mary Lennox era uma garotinha que tinha nascido na Índia. Seu pai era um representante do governo inglês e sua mãe, dona de uma grande beleza, só pensava em festas e diversão. Ninguém nunca se importou com a pequena Mary. Quando nasceu, foi entregue aos cuidados de uma Aia que tinha ordens de deixar a criança fora das vistas dos pais, sempre. Mary estava sempre doente, tinha uma aparência desagradável, magrinha demais, cabelos ralos e uma expressão sempre zangada.
Além de tudo isso, Mary era muito mandona, tinha um humor péssimo e todos faziam tudo o que ela queria, pois caso contrário, ela fazia um baita escândalo e chorava alto, o que, como todos os criados sabiam, era inconcebível, pois iria incomodar a mãe de Mary. Resumindo, a pequena Lennox era uma criança prepotente e bastante egoísta que não aceitava de forma alguma ser contrariada, nunca. Mas as coisas estavam para mudar na vida da pequena Mary, pois algo terrível havia atingido a Índia e sua família não ficaria incólume.
"Havia algo de misterioso no ar naquela manhã. Nada estava sendo feito da forma habitual e alguns dos criados nativos pareciam não ter vindo trabalhar, e aqueles que Mary via se retiravam de maneira esquiva, ou se apressavam e tinham uma fisionomia pálida e assustada." p. 24.
Muita confusão aconteceu naquele fatídico dia e Mary acabou se escondendo em seu quarto e sendo esquecida por todos. Quando teve fome, conseguiu algumas frutas e também um pouco de vinho. Mary nunca havia bebido vinho e não imaginava que seria tão forte, apesar de doce. Logo ela caiu no sono e dormiu por muitas horas. Quando acordou, se descobriu sozinha, pois a casa estava totalmente deserta e abandonada. Quando alguns homens vieram para inspecionar a casa, tomaram um baita susto por descobrir que ali vivia realmente uma criança da qual só tinham ouvido falar. E foi assim que Mary foi mandada para a Inglaterra, mais precisamente, para o condado de Yorkshire, na mansão Misselthwaite Manor, de propriedade do senhor Archibald Craven, um tio do qual nunca ouvira falar.
"Desde que ela estivera vivendo na casa de outras pessoas e não tinha mais sua Aia, começara a se sentir solitária e a ter pensamentos estranhos que eram novos para ela. Começara a se perguntar por que parecera não pertencer a ninguém, mesmo quando o seu pai e sua mãe estavam vivos. Outras crianças pareciam pertencer a seus pais, mas ela nunca aparentara de fato ser a menina de alguém." p. 32.
Como havia de se esperar, Mary não gostou nada de ter que se mudar para uma casa que não conhecia e morar com pessoas que também não conhecia e que já não gostava. Seu primeiro contato foi com a governanta, Sra. Medlock, uma mulher robusta, com bochechas muito vermelhas e olhos negros penetrantes e de ares muitos severos. Mas foi da própria Sra. Medlock que Mary ficou sabendo que estava indo para um lugar muito esquisito. A mansão tinha seiscentos anos e cerca de cem quartos, mas a maioria deles permaneciam trancados, tinham um parque ao redor da casa e alguns jardim e só.
Mesmo a contragosto, a Sra. Medlock acabou contando um pouco da história do Sr. Craven; como ele era um pouco corcunda e as particularidades de sua tragédia pessoal. Mary ficou interessada e até teve pena do Sr. Craven quando soube que sua mulher havia morrido. Mas logo mudou de pensamento quando descobriu que ele era uma pessoa arredia, esquisita e que não se importava com nada nem ninguém; vivia viajando e muito raramente era visto em Misselthwaite Manor.
Já em seu quarto, Mary foi avisada que deveria se limitar ao seu próprio quarto e também outro pegado à ele. Isso já a deixou irritada, pois não estava acostumada a ser mandada e sim em mandar e ali, naquele lugar em que tinha acabado de chegar, se sentiu menos mandona do que nunca em toda a sua breve vida.
No dia seguinte de manhã, Mary foi acordada pelo barulho de alguém em seu quarto. Descobriu que a criada que estava ali com ela se chamava Martha. Martha trabalhava como criada da Sra. Medlock, e tinha sido designada para limpar e arrumar o quarto de Mary, além de cuidar um pouco dela também. Mary achou bastante estranho o modo de Martha falar e também dela se dirigir à ela sem nenhuma vergonha ou subserviência. Logo Mary descobriu que em Misselthwaite Manor, ninguém iria vesti-la, paparicá-la e muito menos fazer quaisquer de suas vontades.
"Ela estava furiosa, sentindo-se tão impotente diante do olhar fixo da garota, que subitamente se sentiu muito sozinha e longe de tudo o que entendia e de todos que a compreendiam, que se atirou nos travesseiros e rompeu em soluços ardentes. Soluçava de forma tão descontrolada que a bondosa Martha de Yorkshire ficou um pouco assustada, mas sentiu pena da menina." p. 46.
Depois de algum tempo e tendo apenas Martha como companhia, Mary começou a prestar atenção no que ela falava. Foi assim que descobriu que marta morava com sua mãe e seus irmão em uma casinha depois da charneca e que seu irmão Dickon tinha um pequeno pônei, que ele havia encontrado quando era apenas um animalzinho perdido na charneca e acabou ficando amigo dele. Alias, isso foi o que mais interessou a Mary, o fato de um menino da idade dela andar soltou por aí, rolando na charneca e principalmente saber que os animais gostavam muito desse menino.
Outra coisa difícil com Mary era o café da manhã, Martha tentou mas Mary praticamente não comeu nada do que lhe fora dado. Depois disso, ela disse que seria bom para Mary conhecer os jardins da mansão e quem sabe até ver um animalzinho por lá. Foi isso e a menção do pequeno Dickon que a fez se aventurar fora de seu quarto.
Foi também por intermédio de Martha que Mary ficou sabendo que existia um jardim secreto entre os jardins da propriedade e que estava trancado há dez anos. Quando Mary se aventurou na propriedade, não conseguia parar de pensar no tal jardim secreto e como encontrá-lo para ter um jardim somente seu e de mais ninguém. Mary ainda não sabia, mas começava exatamente ali a jornada de mudança em sua vida. Também ainda não sabia que algumas pessoas que não conhecia como Bem Weatherstaff, Colin, o próprio Dickon e também uma certa avezinha bastante esperta, seriam seus companheiros nessa jornada de conhecimento e transformação. Agora ela só precisa achar e entrar nesse tal de jardim secreto.
Opinião: O Jardim Secreto de Francis Hodgson Burnett e publicado pela editora Martin Claret, foi uma grande surpresa para mim e das boas. Não que eu esperasse algo ruim ou coisa assim, mas realmente não esperava algo tão bom em se tratando de um romance infantil. Burnett, tece personagens que atravessam situações traumáticas e que conseguem seguir a vida da forma em que ela lhes é apresentada se adaptando da melhor forma possível. Mary, por exemplo, começa sendo uma menina birrenta, arrogante, insuportável e mandona. Mas através de todas as mudanças em que é forçada a atravessar, sua personalidade vai mudando e com isso, sua vida também vai melhorando a cada dia que passa.
Colin, filho do Sr. Craven, é o personagem que mais teve mudanças no caminhar da trama. Ignorado pelo pai, após ter perdido sua esposa no parto do filho, Colin é deixado numa cama e "envenenado" com todo tipo de informação negativa sobre a sua saúde. Praticamente um inválido, as coisas começam a mudar assim que o encontro com sua prima Mary acontece.
Burnett, ao meu ver, além de demonstrar uma grande evolução no personagem de Colin, também tece uma tremenda critica à sociedade quanto à superproteção e ao mesmo tempo à solidão em que as crianças geralmente eram entregues naquela época. Aliás, em se tratando de crítica social, Mary é o maior exemplo disso, pois largada pelos pais e praticamente desconhecida do círculo de convivência deles, só é descoberta alguns dias depois da morte de ambos. Um grande tapa na cara das famílias daquela época.
Mas o que mais encantada em O Jardim Secreto, é a grande amizade que surge entre as crianças da história. Mary, Dickon e Colin, formam um trio de amigos totalmente diferentes entre si, mas que acabam se ajudando uns aos outros e, isso, é uma coisa muito bonita de se ver.
Burnett foi bastante sagaz em trazer o dialeto de Yorkshire, falado pela maioria dos personagens adultos do livro, pois faz com que a história fique mais aconchegante do que o normal e também um pouco mais engraçada. A escrita de Burnett é bastante fluida e você fica realmente preso na história querendo saber o que vai acontecer com aquelas crianças ora adoráveis ora detestáveis. Também acaba aprendendo um pouco sobre jardinagem e coisas do gênero, pois isso é bastante fluente em toda a história de O Jardim Secreto, o que era de se esperar, obviamente.
Não tem como não se apaixonar por todos os personagem dessa bela história de superação, amizade e amor fraternal, pois Burnett conseguiu através de sua bela escrita me fazer rir, chorar, sentir raiva, tristeza e por fim, muita felicidade por conhecer essa grande história. Meus queridos leitores, O Jardim Secreto de Frances Hodgson Burnett é mais do que imperdível é OBRIGATÓRIO.
Sobre a edição: A Martin Claret mais uma vez nos apresenta uma edição de um livro clássico de "cair o queixo". Com uma capa vazada, que com sua contracapa, formam uma arte belíssima e totalmente coerente com a história, essa é uma das edições mais bonitas e bacanas que a editora já teve o prazer de nos proporcionar. As ilustrações também estão presentes no miolo do livro o que deixa ainda essa edição mais agradável do que nunca. Com folhas amareladas e fonte agradável, todo esse cuidado só faz com que a leitura se torne muito mais prazerosa do que nunca. Todas as ilustrações de capa e do miolo foram feitas pela artista Bruna Assis Brasil, que simplesmente deixou essa edição, digo mais uma vez, belíssima.
Essa edição conta também com uma introdução de Luciana Duenha Dimitrov e também uma nota da tradura Vera Lúcia Ramos, explicando um pouco sobre a tradução e adaptação do dialeto de Yorkshire. Realmente uma edição feita com muito capricho e amor para que os leitores possam ter o melhor pelo seu investimento. Agradeço imensamente a Martin Claret pelo envio dessa ótima e linda edição que me proporcionou muita alegria em sua leitura.
Tenho certeza que'oces tudo vai gostá dimais da conta desse livrin chamado O Jardim Secreto, ah tenho sim sinhô!!
Sobre a autora: A escritora inglesa, Frances Hodgson Burnett, nascida em 24 de novembro de 1849, em Manchester, Inglaterra, escreveu mais de cinquenta livros, entre eles romances para adultos, peças teatrais, poemas, um livro de memórias e romances para crianças, como O Pequeno Lorde [1886], A Princesinha [1905] e O Jardim Secreto [1911]. Burnett viveu profissionalmente como escritora desde muito jovem e teve seus livros publicados tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, países em que viveu. Burnett faleceu em 29 de outubro de 1924.
Além de tudo isso, Mary era muito mandona, tinha um humor péssimo e todos faziam tudo o que ela queria, pois caso contrário, ela fazia um baita escândalo e chorava alto, o que, como todos os criados sabiam, era inconcebível, pois iria incomodar a mãe de Mary. Resumindo, a pequena Lennox era uma criança prepotente e bastante egoísta que não aceitava de forma alguma ser contrariada, nunca. Mas as coisas estavam para mudar na vida da pequena Mary, pois algo terrível havia atingido a Índia e sua família não ficaria incólume.
"Havia algo de misterioso no ar naquela manhã. Nada estava sendo feito da forma habitual e alguns dos criados nativos pareciam não ter vindo trabalhar, e aqueles que Mary via se retiravam de maneira esquiva, ou se apressavam e tinham uma fisionomia pálida e assustada." p. 24.
Muita confusão aconteceu naquele fatídico dia e Mary acabou se escondendo em seu quarto e sendo esquecida por todos. Quando teve fome, conseguiu algumas frutas e também um pouco de vinho. Mary nunca havia bebido vinho e não imaginava que seria tão forte, apesar de doce. Logo ela caiu no sono e dormiu por muitas horas. Quando acordou, se descobriu sozinha, pois a casa estava totalmente deserta e abandonada. Quando alguns homens vieram para inspecionar a casa, tomaram um baita susto por descobrir que ali vivia realmente uma criança da qual só tinham ouvido falar. E foi assim que Mary foi mandada para a Inglaterra, mais precisamente, para o condado de Yorkshire, na mansão Misselthwaite Manor, de propriedade do senhor Archibald Craven, um tio do qual nunca ouvira falar.
"Desde que ela estivera vivendo na casa de outras pessoas e não tinha mais sua Aia, começara a se sentir solitária e a ter pensamentos estranhos que eram novos para ela. Começara a se perguntar por que parecera não pertencer a ninguém, mesmo quando o seu pai e sua mãe estavam vivos. Outras crianças pareciam pertencer a seus pais, mas ela nunca aparentara de fato ser a menina de alguém." p. 32.
Como havia de se esperar, Mary não gostou nada de ter que se mudar para uma casa que não conhecia e morar com pessoas que também não conhecia e que já não gostava. Seu primeiro contato foi com a governanta, Sra. Medlock, uma mulher robusta, com bochechas muito vermelhas e olhos negros penetrantes e de ares muitos severos. Mas foi da própria Sra. Medlock que Mary ficou sabendo que estava indo para um lugar muito esquisito. A mansão tinha seiscentos anos e cerca de cem quartos, mas a maioria deles permaneciam trancados, tinham um parque ao redor da casa e alguns jardim e só.
Mesmo a contragosto, a Sra. Medlock acabou contando um pouco da história do Sr. Craven; como ele era um pouco corcunda e as particularidades de sua tragédia pessoal. Mary ficou interessada e até teve pena do Sr. Craven quando soube que sua mulher havia morrido. Mas logo mudou de pensamento quando descobriu que ele era uma pessoa arredia, esquisita e que não se importava com nada nem ninguém; vivia viajando e muito raramente era visto em Misselthwaite Manor.
Já em seu quarto, Mary foi avisada que deveria se limitar ao seu próprio quarto e também outro pegado à ele. Isso já a deixou irritada, pois não estava acostumada a ser mandada e sim em mandar e ali, naquele lugar em que tinha acabado de chegar, se sentiu menos mandona do que nunca em toda a sua breve vida.
No dia seguinte de manhã, Mary foi acordada pelo barulho de alguém em seu quarto. Descobriu que a criada que estava ali com ela se chamava Martha. Martha trabalhava como criada da Sra. Medlock, e tinha sido designada para limpar e arrumar o quarto de Mary, além de cuidar um pouco dela também. Mary achou bastante estranho o modo de Martha falar e também dela se dirigir à ela sem nenhuma vergonha ou subserviência. Logo Mary descobriu que em Misselthwaite Manor, ninguém iria vesti-la, paparicá-la e muito menos fazer quaisquer de suas vontades.
"Ela estava furiosa, sentindo-se tão impotente diante do olhar fixo da garota, que subitamente se sentiu muito sozinha e longe de tudo o que entendia e de todos que a compreendiam, que se atirou nos travesseiros e rompeu em soluços ardentes. Soluçava de forma tão descontrolada que a bondosa Martha de Yorkshire ficou um pouco assustada, mas sentiu pena da menina." p. 46.
Depois de algum tempo e tendo apenas Martha como companhia, Mary começou a prestar atenção no que ela falava. Foi assim que descobriu que marta morava com sua mãe e seus irmão em uma casinha depois da charneca e que seu irmão Dickon tinha um pequeno pônei, que ele havia encontrado quando era apenas um animalzinho perdido na charneca e acabou ficando amigo dele. Alias, isso foi o que mais interessou a Mary, o fato de um menino da idade dela andar soltou por aí, rolando na charneca e principalmente saber que os animais gostavam muito desse menino.
Outra coisa difícil com Mary era o café da manhã, Martha tentou mas Mary praticamente não comeu nada do que lhe fora dado. Depois disso, ela disse que seria bom para Mary conhecer os jardins da mansão e quem sabe até ver um animalzinho por lá. Foi isso e a menção do pequeno Dickon que a fez se aventurar fora de seu quarto.
Foi também por intermédio de Martha que Mary ficou sabendo que existia um jardim secreto entre os jardins da propriedade e que estava trancado há dez anos. Quando Mary se aventurou na propriedade, não conseguia parar de pensar no tal jardim secreto e como encontrá-lo para ter um jardim somente seu e de mais ninguém. Mary ainda não sabia, mas começava exatamente ali a jornada de mudança em sua vida. Também ainda não sabia que algumas pessoas que não conhecia como Bem Weatherstaff, Colin, o próprio Dickon e também uma certa avezinha bastante esperta, seriam seus companheiros nessa jornada de conhecimento e transformação. Agora ela só precisa achar e entrar nesse tal de jardim secreto.
Opinião: O Jardim Secreto de Francis Hodgson Burnett e publicado pela editora Martin Claret, foi uma grande surpresa para mim e das boas. Não que eu esperasse algo ruim ou coisa assim, mas realmente não esperava algo tão bom em se tratando de um romance infantil. Burnett, tece personagens que atravessam situações traumáticas e que conseguem seguir a vida da forma em que ela lhes é apresentada se adaptando da melhor forma possível. Mary, por exemplo, começa sendo uma menina birrenta, arrogante, insuportável e mandona. Mas através de todas as mudanças em que é forçada a atravessar, sua personalidade vai mudando e com isso, sua vida também vai melhorando a cada dia que passa.
Colin, filho do Sr. Craven, é o personagem que mais teve mudanças no caminhar da trama. Ignorado pelo pai, após ter perdido sua esposa no parto do filho, Colin é deixado numa cama e "envenenado" com todo tipo de informação negativa sobre a sua saúde. Praticamente um inválido, as coisas começam a mudar assim que o encontro com sua prima Mary acontece.
Burnett, ao meu ver, além de demonstrar uma grande evolução no personagem de Colin, também tece uma tremenda critica à sociedade quanto à superproteção e ao mesmo tempo à solidão em que as crianças geralmente eram entregues naquela época. Aliás, em se tratando de crítica social, Mary é o maior exemplo disso, pois largada pelos pais e praticamente desconhecida do círculo de convivência deles, só é descoberta alguns dias depois da morte de ambos. Um grande tapa na cara das famílias daquela época.
Mas o que mais encantada em O Jardim Secreto, é a grande amizade que surge entre as crianças da história. Mary, Dickon e Colin, formam um trio de amigos totalmente diferentes entre si, mas que acabam se ajudando uns aos outros e, isso, é uma coisa muito bonita de se ver.
Burnett foi bastante sagaz em trazer o dialeto de Yorkshire, falado pela maioria dos personagens adultos do livro, pois faz com que a história fique mais aconchegante do que o normal e também um pouco mais engraçada. A escrita de Burnett é bastante fluida e você fica realmente preso na história querendo saber o que vai acontecer com aquelas crianças ora adoráveis ora detestáveis. Também acaba aprendendo um pouco sobre jardinagem e coisas do gênero, pois isso é bastante fluente em toda a história de O Jardim Secreto, o que era de se esperar, obviamente.
Não tem como não se apaixonar por todos os personagem dessa bela história de superação, amizade e amor fraternal, pois Burnett conseguiu através de sua bela escrita me fazer rir, chorar, sentir raiva, tristeza e por fim, muita felicidade por conhecer essa grande história. Meus queridos leitores, O Jardim Secreto de Frances Hodgson Burnett é mais do que imperdível é OBRIGATÓRIO.
Sobre a edição: A Martin Claret mais uma vez nos apresenta uma edição de um livro clássico de "cair o queixo". Com uma capa vazada, que com sua contracapa, formam uma arte belíssima e totalmente coerente com a história, essa é uma das edições mais bonitas e bacanas que a editora já teve o prazer de nos proporcionar. As ilustrações também estão presentes no miolo do livro o que deixa ainda essa edição mais agradável do que nunca. Com folhas amareladas e fonte agradável, todo esse cuidado só faz com que a leitura se torne muito mais prazerosa do que nunca. Todas as ilustrações de capa e do miolo foram feitas pela artista Bruna Assis Brasil, que simplesmente deixou essa edição, digo mais uma vez, belíssima.
Essa edição conta também com uma introdução de Luciana Duenha Dimitrov e também uma nota da tradura Vera Lúcia Ramos, explicando um pouco sobre a tradução e adaptação do dialeto de Yorkshire. Realmente uma edição feita com muito capricho e amor para que os leitores possam ter o melhor pelo seu investimento. Agradeço imensamente a Martin Claret pelo envio dessa ótima e linda edição que me proporcionou muita alegria em sua leitura.
Tenho certeza que'oces tudo vai gostá dimais da conta desse livrin chamado O Jardim Secreto, ah tenho sim sinhô!!
Sobre a autora: A escritora inglesa, Frances Hodgson Burnett, nascida em 24 de novembro de 1849, em Manchester, Inglaterra, escreveu mais de cinquenta livros, entre eles romances para adultos, peças teatrais, poemas, um livro de memórias e romances para crianças, como O Pequeno Lorde [1886], A Princesinha [1905] e O Jardim Secreto [1911]. Burnett viveu profissionalmente como escritora desde muito jovem e teve seus livros publicados tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos, países em que viveu. Burnett faleceu em 29 de outubro de 1924.
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