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[RESENHA #347] O CASTELO DE VIDRO - JEANNETTE WALLS


Título: O Castelo de Vidro
Autora: Jeannette Walls
Editora: Coleções Folha
Páginas: 392
Ano: 2017
ISBN: 9788579493379
Onde Comprar: Coleções Folha - Livraria Folha

Sinopse:
 A primeira lembrança de Jeannette Walls dá o tom de "O Castelo de Vidro". Aos três anos, preparava cachorro-quente no fogão. Estava sozinha, de pé em uma cadeira. Quando se virou para oferecer uma salsicha ao vira-lata da família, sentiu um calor no lado direito do corpo. As chamas avançaram por seu vestido até o rosto; sua mãe a socorreu e a levou para o hospital, de onde sairia três semanas depois, retirada à força por um pai bêbado que considerava a atenção médica desnecessária.Cenas como essa se acumulam neste livro de memórias, que vendeu mais de 2,7 milhões de cópias. Criada de forma nada convencional, a escritora cresceu em meio a constantes mudanças de cidade, enfrentou a fome e aprendeu tudo do jeito mais difícil. "Se não quiser afundar, melhor descobrir como nadar", disse-lhe seu pai, observando-a no meio da piscina.De forma surpreendente, Walls narra suas desventuras sem julgamento: não demoniza seus pais nem os enaltece. Apenas relata suas memórias, a partir do ponto de vista ingênuo de uma criança. Fez, talvez, o que certa vez lhe disse sua mãe: "Seu pai e eu somos quem somos. Aceite isso". 


Resenha: The Glass Castle ou O castelo de Vidro é uma autobiografia da escritora e jornalista Jeannette Walls. Publicado em 2005, o livro conquistou vários prêmios como o Elle Readers em 2005 e o Alex da American Library Association no ano de 2006. Nesse livro Jeannette narra as memórias da sua infância até a fase adulta e começa por sua primeira lembrança, quando tinha apenas três anos e se queimou fazendo cachorro quente. Foi nessa fase que começou a cozinhar, pois sua mãe a incentivava para ser independente e corajosa, mas isso era algo que ela não gostava de fazer, pois era uma perda de tempo para ela.

"Eu estava sentada em um Táxi, pensando se teria me arrumado demais para a noite, quando olhei pela janela e vi minha mãe revirando uma caçamba de lixo. Acabaria de escurecer. Um tempestuoso vento de março açoitava o vapor que saía dos respiradouros, e as pessoas andavam apressadas pelas calçadas com as golas levantadas. Eu estava presa no congestionamento a dois quarteirões da festa para a qual seguia." p. 13.

Jeannette Walls por meio dessa autobiografia romanceada no explica como os seus pais Rex e Rose Mary Walls criaram os quatro filhos (Jeannette, Lori, Brian e Maureen) que tiveram em meio às grandes dificuldades e ambiente um tanto quanto desequilibrado da casa. Seu pai era alcoólatra e sua mãe uma aspirante a artista que dedicava o tempo apenas para a arte, sem ao menos sequer conseguir se sustentar ou ganhar de fato algum dinheiro com isso. 
O cenário familiar não era dos melhores, eles viveram precariamente e sempre fugiam dos credores, morando até em lares temporários ou dentro do próprio carro. Como a situação já era delicada e ruim, passar fome não era algo anormal e as crianças precisavam se virar para terem o que comer, inclusive vasculhar o lixo ou comer na casa dos vizinhos. A família enfrentou outras dificuldades como ficar sem tomar banho durante alguns dias, precisar comprar roupas em bazares ou mesmo furtar.

"Tão logo mamãe começou a dar aulas, achei que poderíamos conseguir comprar roupas novas, almoçar no refeitório ou mesmo ter extras legais, como as fotos de turma que a escola tirava todos os anos. Mamãe e papai nunca haviam podido comprar as fotos da turma para nós, embora uma vez mamãe tivesse em segredo tirado uma foto do pacote antes de devolver [...]" p. 111.

Mesmo diante de todas as dificuldades que as crianças enfrentaram, o lema adotado por eles era que "a dificuldade fortalece" e com o passar do tempo todas aquelas crianças tornaram-se bem sucedidas quando adultas. Jeannette demonstra que não houve amarguras ou ressentimentos pela vida que teve ainda jovem, também não isenta os seus pais da responsabilidade ou a falta dela com os filhos. A autora demonstra que através do amor os obstáculos podem e devem ser superados.
Opinião: O Castelo de Vidro é um livro emocionante, tocante e marcante. A autora deixa claro que mesmo diante de todas as dificuldades que ela e os irmãos enfrentaram, sempre perdoaram os pais e tentaram entendê-los. Eles sabiam que o caminho para a superação e o sucesso não seria fácil, ainda assim contaram com o amor para superar as dificuldades. Jeannette nos faz refletir profundamente sobre a vida, sobre os relacionamentos familiares e as dificuldades que aparecem em nosso caminho. Jeannette elabora um relato inimaginável de uma infância sofrida que tinha tudo para terminar de forma traumática ou em uma tragédia. Esse livro é simplesmente maravilhoso e recomendo para todas as pessoas que queiram ler algo marcante.
Sobre a Edição: O Castelo de Vidro é o sétimo volume da coleção Mulheres na Literatura e mantém o padrão de qualidade encontrado nos volumes anteriores. a edição conta com capa dura e a diagramação ficou muito boa, assim com a revisão. As folhas são levemente amareladas e a fonte e o espaçamento estão em tamanhos confortáveis. A Coleções Folha está de parabéns pelo trabalho apresentado.
Sobre a Autora: Jeannette Walls mora na Virginia, Estados Unidos, e é casada com o escritor John Taylor. Já trabalhou em vários jornais e revistas, como o USA Today e a New York Magazine. Colabora regularmente com o canal a cabo norte-americano MSNBC. O Castelo de Vidro ganhou vários prêmios, entre eles o Elle Readers de 2005 e o Alex 2006 da American Library Association.

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