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[RESENHA #288] VIDA APÓS A MORTE - DAMIEN ECHOLS


Título: Vida Após A Morte
Autor: Damien Echols
Editora: Intrínseca
Páginas: 416
Ano: 2013
ISBN: 9788580573190
Onde Comprar: Amazon - Saraiva

Sinopse: Aos dezoito anos, Damien Echols foi apontado como líder de um grupo satanista e principal responsável pelo assassinato de três garotos de oito anos em West Memphis, no Arkansas. Após um julgamento marcado por falsos testemunhos, provas manipuladas e histeria pública, em 1994 seus amigos Jason Baldwin e Jessie Misskelley foram condenados à prisão perpétua e Damien foi enviado ao Corredor da Morte, onde aguardaria sua execução. As irregularidades gritantes no desenrolar do processo, bem como a apatia dos advogados de defesa, chegaram ao conhecimento do público dois anos depois, por meio do documentário Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hills. Desde então o caso conquistou repercussão mundial e angariou simpatizantes célebres, como o ator Johnny Depp, o músico Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, e o cineasta Peter Jackson, que se empenharam vigorosamente para que a justiça fosse feita. Graças a esse esforço, o trio de West Memphis foi enfim libertado em 2011. Em “Vida Após a Morte”, Damien Echols conta sua própria história com notável talento narrativo e constrói um relato envolvente. Sua prosa fluida e rica em detalhes alterna episódios da vida dentro e fora do sistema carcerário norte-americano, ao descrever desde a infância de extrema pobreza, sua condenação e os anos na cadeia até a relação com a esposa, com quem ele se casou quando ainda estava preso. Mais do que a denúncia de uma injustiça perpetrada durante dezoito anos, Vida após a morte é uma obra tocante que desnuda todo o esforço realizado pelo autor para preservar sua sanidade e integridade diante de uma rotina de terror e desespero. 

Resenha: Em Vida Após a Morte, conhecemos a história de Damien Echols, um jovem de 18 anos que foi condenado, juntamente com Jason Baldwin e Jessie Misskelley, pelo assassinato de três meninos de oito anos de idade; um crime que não cometeu. Damien inicia sua história narrando a infância sofrida em West Memphis, onde ainda novo, sua mãe o entregou aos cuidados de sua avó, passando a morar em um trailer, já que os pais eram instáveis tanto financeira como emocionalmente.

"A prisão é um show de horrores. O circo não faz ideia do que está perdendo. Serei o seu mestre de cerimônias nesta visita guiada por esse cantinho do inferno. Prepare-se para ficar atordoado e perplexo. Se a mão é realmente mais rápida do que o olho, você nunca descobrirá o que o atingiu. Eu sei que nunca descobri." p. 17.
O pai de Damien abandonou o lar quando era jovem e acabou se casando com outra mulher. Com o passar do tempo, Damien voltou a morar com sua mãe, que se casou com Jack, um fanático religioso. Sua família ainda era desequilibrada mesmo com as diversas mudanças que tinham ocorrido. A irmã de Damien tinha sido abusada pelo padrasto e sua mãe tinha um relacionamento distante deles. Echols, ainda precisava conviver com o seu padastro Jack, um homem repugnante.

"Mas falar desse tipo de coisa me deprime, e um homem em minha posição não pode se dar ao luxo de ficar deprimido. E nós dois, você e eu, estamos conversando. Como velhos amigos. Para quem mais eu estaria contando a história da minha vida? Vamos pular para quando as coisas se tornaram mais alegres, mesmo que por um breve período." p. 143.

Damien Echols em sua juventude era um jovem pobre que curtia ouvir rock e dar os seus "rolés" de skate. Vestia-se constantemente de preto e era visto como uma pessoa esquisita por causa dos seus hábitos. Em meio aos problemas de sua vida, ele começa a ser perseguido por uma autoridade policial que o acusa de satanismo pela morte três garotos na cidade. Damien, junto com seu amigo Jason e o colega Jessie, são acusados, julgados e sentenciados ao corredor da morte.

Na prisão é que começa a verdadeira história de terror de sua vida, onde fica 20 anos preso. Damien Echols vive e presencia diversos horrores e durante 10 anos ele não sai de sua cela. Indignado com toda as arbitrariedades, irregularidades e injustiças, ele não vê esperanças e perspectivas em sua vida. Em 1996 foi ao ar o documentário Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hills que contava o seu caso.
Com o documentário e a exposição de sua vida, Echols começou a ganhar simpatizantes e apoio de pessoas famosas, entre elas o ator Johnny Depp, o vocalista da banca Pearl Jam e também do diretor Peter Jackson, que inclusive o ajudaram financeiramente. Em 2011, o conhecido trio de West Memphins, após longos anos encarcerado, finalmente ganhou a liberdade.

Opinião: Vida Após a Morte é narrado em primeira pessoa e foi escrito pelo próprio Damien Echols, que leva ao leitor um relato nu e cru, sem eufemismo ou exageros sobre a sua vida conturbada, alternando entre boas e más lembranças. Echols nos emociona com esse forte livro, tanto que eu fiquei indignada com as condições do sistema penitenciário americano, com o tratamento desumano dado aos condenados no corredor da morte, além do falho sistema jurídico dos norte-americanos que condenou diversos inocentes à pena de morte.
A escrita de Echols, levando-se em consideração que ele não concluiu os estudos, passando 18 anos de sua vida preso, é muito boa. Na verdade, foi durante esse período que ele realmente começou a ler diversos livros e a estudar. Mesmo com todas dificuldades e limitações, Echols escreve um excelente livro autobiográfico, de fácil leitura e compreensão. O autor nos faz refletir sobre aspectos importantes, como a liberdade e as pequenas coisas da vida que muitas vezes não damos valor.
Para quem ficou interessado pelo caso do trio de West Memphins e quer ler esse livro, recomendo também assistirem aos documentários: Paradise Lost: The Child Murders at Robin Hood Hill (1996), Paradise Lost 2: Revelations (2000), Paradise Lost 3: Purgatory (2011) e West of Memphs (2012).
Sobre a Edição: O projeto gráfico está bem feito. A fonte é pequena mas não atrapalha a leitura e o espaçamento está confortável. A capa é ficou legal e chama atenção, pois o título e o nome do autor estão em alto-relevo. As folhas são amareladas (pólen soft) e os capítulos são curtos, detalhes que facilitam a leitura. O livro ainda contém algumas fotos, incluindo com o ator Johnny Deep.
Sobre o Autor: Damien Echols nasceu em Wayne Hutchison em 11 de dezembro de 1974, foi condenado em 1994 (junto ao melhor amigo, Jason Baldwin, e o colega, Jessie Misskelley) pelo assassinato brutal de três crianças – Christopher Byers, Michael Moore e Stevie Branch –, todas de 8 anos de idade.

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10 Comentários

  1. Olá Mayara, tudo bem?
    Nossa que história intensa hein?
    Esse livro deve ser realmente uma leitura maravilhosa e deve gerar um misto de sentimentos no leitor. Revolta, empatia, injustiça, tristeza e até um certo alivio ao final por saber que Damien sobreviveu para contar a história. Confesso que esse não é um gênero que costumo ler, mas achei a premissa do livro maravilhosa e pretendo conhecer de perto essa história.
    Dica anotada.
    Parabéns pela resenha
    Beijos

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  2. Oiii Mayara tudo bem?
    Fiquei encantada pela sua resenha menina, eu gosto muito de livros reais assim e que trazem muito a realidade nu e crua, é um cara que deve ser julgado e que com toda certeza seria uma ótima leitura para mim, lindas fotos menina e quero ler o quanto antes.
    Beijinhos

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  3. Oi! Nossa, parece ser um livro bem tenso e ainda por cima real! Adorei a temática e as fotos que cê escolheu, se o livro topar comigo não vou deixar a oportunidade passar e vou ler.

    Beijos!

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  4. Oi Mayara,
    Só tenho a dizer uma coisa: Que livro Phoda!!!!
    Não sei se eu teria estrutura para ler um livro assim... por se tratar de um fato real, contando a história de uma pessoa inocente que sofreu por causa de algo que não fez é muito difícil, é preciso estar com o psicológico bem preparado. rsrs
    Beijos
    Blog Relicário de Papel

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  5. Oie
    muito legal sua resenha, não é algo que me interesse mas quem é fã com certeza deve amar a leitura

    beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  6. Olá, tudo bem?
    Eu ainda não conhecia esse livro e confesso que nunca ouvi falar desse caso. No entanto, deve ser realmente uma leitura bastante intensa, ainda mais por se tratar de uma história real.
    De fato, o judiciário norte-americano é bastante falho e é difícil imaginar a quantidade de pessoas que já pegaram prisão perpétua ou, até mesmo, foram condenadas à morte, quando na realidade eram inocentes.
    No entanto, justamente pela temática mais forte do livro, não fiquei com vontade de ler. Tenho evitado livros com uma carga dramática mais pesada e também não sou muito fã de biografias, então, é uma leitura que descarto no momento. Mas quem sabe mais para frente né?
    De qualquer forma, adorei sua resenha!
    Beijos!

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  7. Caramba,que leitura forte!
    Não conhecia a obra e achei um tanto chocante, mas necessária. Por se tratar de um caso verídico costumo me recusar a ler. No entanto, este me deixou curiosa. Anotado a dica.
    Nizete
    Cia do Leitor

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  8. Nossa que leitura impactante heim. Eu não curto biografia. Mas esse tenho que confessar que fiquei um tanto curiosa. O impacto que foi a leitura você transferiu muito bem na resenha. Parabéns.

    Beijos.

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  9. Não gosto mesmo desse tipo de livro, confesso. Eu acho que é uma história de vida interessante, mas biografia não é um gênero que me prende.

    http://laoliphant.com.br/

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  10. Eita que história tensa! Fico imaginando a leitura desse livro que não deve poupar nos detalhes. Não conhecia o caso, mas fiquei curiosa com os verdadeiros culpados! Injustiça é pouco para o que ele deve ter passado!

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