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[RESENHA #265] O VIDENTE DE APARELHO QUEBRADO - BALTAZAR DE ANDRADE


Título: O Vidente de Aparelho Quebrado
Autor: Baltazar de Andrade
Editora: Estronho
Páginas: 160
Ano: 2017
ISBN: 9788594580146
Onde Comprar: Amazon - Sumarino - Americanas

Sinopse: Ernie, que detesta esse apelido - Então é exatamente assim que todos o conhecem. -, se mete em um grande problema quando o diretor de sua escola descobre que ele espiava as meninas no outro pátio no intervalo das aulas. Sua punição será recolher cinzas de zumbis na orla da floresta, um lugar nada amigável. E é quando tudo começa a dar errado. E, claro, Ernie, um menino desastrado e bastante detestado por seus colegas, vai ser "convidado" a ajudar a salvar Aparelho Quebrado, uma ilha perdida por aí em algum canto que ninguém sabe exatamente onde fica.

Resenha: Ernesto detesta seu apelido, mas por essa razão, acabou ficando conhecido por ele, ou seja, Ernie. Ele é o típico adolescente da ilha Aparelho Quebrado, odiado pelos colegas de escola, metido a quiromântico e covarde, muito covarde. Mas, Ernie, também tem o dom de prever o futuro com sua bola de cristal, mas atualmente ela só mostra zumbis, mortos que de uma hora para outra resolveram voltar e assombrar Aparelho Quebrado.

"Nunca consegui olhar para dentro da floresta, mas sempre consegui visualizar Aparelho Quebrado e sua rotina, porém há dias a única coisa pairando na bola de cristal eram os zumbis, no tarô só saiam morte, o enforcado e a torre e assim por diante, nada em toda ilha estava claro ou compreensível. Tudo estava bloqueado a meus olhos, tudo, menos os zumbis." p. 9.
Os zumbis não eram novidade em Aparelho Quebrado, afinal a ilha já teve que enfrentar vampiros, lobisomens, trolls, bruxas e até assistir todos os DVDs dos Teletubbies, o que deixou Ernie, profundamente traumatizado. Mas, dessa vez, a quantidade de zumbis eram alarmantes. Antes, eram dois ou três que apareciam. Agora, estavam aparecendo em grupos de dez a trinta e ainda tinham as pragas vindas da floresta de Aparelho Quebrado, que era amaldiçoada e por isso, ninguém entrava nela, ninguém. Mas quando Ernie se esconde de alguns valentões da escola, ele acaba sendo dedurado por um deles por estar bisbilhotando as meninas do outro lado da cerca viva. O diretor Bradoque, não tem clemência e manda Ernie para a detenção como catador de cinzas dos zumbis, que tem como principal característica, jogar as cinzas recolhidas na temida floresta.

"Nisso, duas coisas aconteceram, uma delas foi os caras que estavam torturando meu amigos me verem, a outra, foi minhas pernas começarem a correr porque já estavam apontando os estilingues para mim." p. 15.
Ernie, era um covarde, e só de pensar de chegar perto da floresta, dos zumbis e ainda ter recolher suas cinzar, já o faziam tremer de tanto medo. As patrulhas diurnas eram uma coisa bem recente, pois os zumbis não diferenciavam o dia da noite, como as outras criaturas. Mas foi nessa patrulha, com um medo danado, que Ernie descobriu que sua vidência não estava presa à sua bola de cristal e foi mais ou menos aí que as coisas começaram a dar muito errado.

"Ia falar com ele, mas me deu uma pontada na nuca tão forte que quase desmaiei, minha vista ficou duplicada, como quando viramos os olhos para parecer vesgos, com uma única diferença, a segunda imagem parecia diferente da primeira. Numa via o lugar onde estava, noutra via quatro zumbis, dois puxavam o filho do diretor, Henrique "Sr." Finegam, e os outros dois arrastavam um corpo inconsciente que não consegui identificar. Caí no chão exausto, minha garganta estava seca e minha calça estava molhada, tinha me urinado de tanto medo." p. 26.
No dia seguinte, a caminho da escola, Ernie e seu pai, descobrem uma cidade totalmente vazia, mas no caminho também encontram o vice-delegado e uma turma de pessoas da cidade à busca de todos os homens disponíveis para intensificar a patrulha diurna, pois o comportamento dos zumbis estava muito fora do normal e a cidade toda estava em perigo. Para piorar as coisas, Ernie tem outra visão e vê dois guardas da patrulha anterior sendo sugados pelas bruxas e, assim que ele avisa o vice-delegado, todos acabam tendo que entrar na terrível floresta em busca deles.

"(...) Depois a visão mudou, vi Roger e Dangue rodeados de patrulheiros mortos, e sombras que pareciam vir de cima sugavam a carne e o sangue dos ossos." p. 35.
Já na floresta Ernie ouve os gritos de seu melhor amigos, Roger, e sai em disparada atrás dele, todos os outros vão junto, mesmo que a contragosto, pois correr na floresta nunca é uma boa ideia, mas eles não conseguem encontra-lo, e acabam saindo da floresta à duras penas. Ernie, por um lado feliz por ter saído com vida daquela maldita floresta e por outro infeliz por causa de seu melhor amigo continuar lá, sem saber se vivo ou morto ou pior, acaba se descuidando e levando a pior nessa estranha invasão dos zumbis e outras criaturas em Aparelho Quebrado.

"Mãos decompostas com um cheiro horrível tamparam minha boca e seguravam meu braços, o prefeito olhou para mim, direto nos olhos e continuou a falar com o meu pai, só quando os zumbis me arrastaram outra vez para o meio das árvores foi que ele deu o alarme." p. 41.

Opinião: Tenho que confessar que não esperava muito desse livro, mas também que confessar que fiquei totalmente maravilhado com a ótima e fluída escrita de Baltazar de Andrade. Ele conseguiu criar um mundo, no caso a ilha de Aparelho Quebrado, e mesclar monstros de todo o tipo, vampiros, trolls, feiticeiras, bruxas, aranhas gigantes e principalmente, zumbis. A história de O Vidente de Aparelho Quebrado não chega a ser original, mas tem uma fluência e um divertimento que vale a pena. Baltazar nos apresenta um "herói" improvável, por ser principalmente, um grande e enorme covarde. Ernie tem medo de tudo e de todos, mas no decorrer da história seu personagem vai sendo mais explorado e até certo ponto, essa sua grande covardia é explicada. Posso dizer que desde as primeiras páginas esse livro me prendeu e praticamente não consegui parar até terminar suas 160 páginas de pura aventura, suspense e também terror. Tudo isso mostrado pela visão do adolescente "Ernesto Juliano Caglagio, apelidado pelos amigos de Jota, pelos vizinhos de Ernie e pelos valentões da escola de Ernie Cagão".
Além de todos os monstros do lado malvado, também temos os magos e sua magia no lado dos bonzinhos, ou seja, Baltazar de Andrade conseguiu mesclar uma grande diversidade de personagens já bastante explorados no mundo do entretenimento, sem se tornar piegas ou chato, pelo contrário, todos aqui tem seu papel, por mais curto que seja, e que no final vai fazer diferença na trama toda. Eu espero sinceramente, que Baltazar nos brinde com uma continuação da carismática ilha de Aparelho Quebrado, pois acredito que seria muito bacana uma nova aventura ao lado de Ernie e seus amigos e por que não dizer, seu inimigos também.
O Vidente de Aparelho Quebrado de Baltazar de Andrade é uma aventura infanto-junivel e está sendo lançada pela editora Estronho no formato livro de bolso e faz parte da "Coleção Fantasia de Bolso". Apesar de ser nesse formato, o livro é extremamente bem diagramado e a parte gráfica ficou maravilhosa. Tem uma capa muito bonita, bacana e com orelhas, folhas amareladas, uma fonte bastante agradável e todos os capítulos, que não são longos, são divididos por uma ilustração. O trabalho de Editora Estronho ficou primoroso e estão de parabéns mesmo. Agradeço imensamente à editora por ter me enviado esse livro, fiquei muito feliz, pois realmente adorei.
Agora, meus queridos leitores, corram e descubram mais essa aventura divertidíssima, pois "O Vidente de Aparelho Quebrado" é IMPERDÍVEL.

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