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[RESENHA #104] A INVENÇÃO DE MOREL - ADOLFO BIOY CASARES


Título: A Invenção de Morel
Autor: Adolfo Bioy Casares
Editora: Coleções Folha (Folha de S. Paulo)
Páginas: 88
Ano: 2016
ISBN: 9788579492891

Sinopse: Lançado em 1940, o romance A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares (1914-1999), é um clássico da ficção científica latino-americana e uma referência internacional do gênero. Prova de sua influência é a variedade de obras que inspirou, do longa-metragem O ano passado em Marienbad, do francês Alain Resnais, ao seriado pop norte-americano Lost. Narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de um fugitivo que chega a uma ilha aparentemente deserta, com estranhas construções que também parecem abandonadas. Um dia, ele ouve música e ruídos. Percebe que não está sozinho e, atemorizado, busca refúgio num pântano. Aos poucos, porém, se aproxima do grupo e se apaixona por uma mulher. Mas algo que ele não entende ocorre ali, porque os desconhecidos não o veem e não o ouvem. Tudo parece estar relacionado com uma misteriosa máquina inventada por um sujeito chamado Morel e que sugere a criação de uma espécie de imortalidade, mas por meio de imagens. O argentino Bioy Casares tinha apenas 26 anos quando escreveu A invenção de Morel, uma obra visionária, que lança um questionamento sobre os limites entre o real e o virtual, extremamente válido ainda hoje.



Resenha: Em A Invenção de Morel vamos conhecer o relato de um homem venezuelano, que chegou um uma ilha aparentemente desabitada e ele está sendo perseguido por um crime que o condenou à prisão perpétua. Este homem fugiu da frisão e chegou nessa ilha remota, do oceano Pacífico, através de informações obtida em Calcutá na Índia, com um comerciante italiano. 


"A vegetação da ilha é abundante. Plantas, capim, flores de primavera, de verão, de outono, de inverno vão se sucedendo com urgência, com mais urgência em nascer do que em morrer, invadindo o tempo e a terra umas das outras, acumulando-se irrefreavelmente." p. 11.

O comerciante italiano ao dar informações da ilha para o fugitivo, deixou bem claro os visitantes dessa ilha, morreram de formas misteriosas, as mortes foram bem estranhas, mas, que era para ele não se deixar tomar pelo medo. Voltando para a ilha, o fugitivo em seus primeiros momentos, depara-se com construções vazias, em especial algumas construções chama sua atenção, como um museu, uma igreja e algumas máquinas que não sabe para que servem.

"O bote ficou fora do meu alcance, na praia do leste. Não perco grande coisa: saber que não estou preso, que posso deixar a ilha; mas pude mesmo deixá-la alguma vez?" p. 18

Certa manhã, o fugitivo acorda e percebe que não encontra-se mais sozinho na ilha, pois diversas pessoas a estão ocupando e parecem ser turistas. O protagonista fica interessado em uma moça, que diariamente vai observar o sol se por. No decorrer da trama, vamos receber algumas pistas de que a moça, conhecida como Faustine, não notou a presença do protagonista, apesar dele acreditar que Faustina o vê.

Com o decorrer da história, o fugitivo e protagonista, descobre a razão pela qual está sendo ignorado, isso está diretamente ligado com uma espécie de supervitrola, inventada por Morel, um cientista fascinado pela ideia de imortalidade. Movido pela paixão e curiosidade, o fugitivo resolve então estudar o funcionamento dessa máquina, mesmo correndo diversos riscos.

Opinião: A obra A Invenção de Morel consegue ser atual, mesmo sendo escrito em 1940, pois consegue abordar temas como a fé cega na tecnologia e o desejo do homem se igualar a Deus. O autor aborda ainda aspectos em sua obra como a memória, o tempo e a solidão.
A leitura foi rápida, me causou incômodos, porém não me deixou angustiada, é uma leitura acessível para praticamente qualquer público. Em dados momentos fiquei com a impressão de que a obra iria para o caminho do sobrenatural, mas não chegou a ser o caso.
Esse é o vigésimo volume da Coleção Grandes Nomes da Literatura e a editora manteve o seu padrão de qualidade. Super recomendo a leitura dessa obra, que nos faz refletir sobre a condição humana em alguns momentos.

Por Mayara Frossard

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