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[RESENHA #541] CARTA a D. - ANDRÉ GORZ


Título: Carta a D.
Autor: André Gorz
Tradução: Celso Azzan Jr.
Editora: Companhia das Letras

Páginas: 112
Ano: 2018
ISBN: 9788535930979
Onde Comprar: Amazon - Saraiva

Sinopse: "Uma das declarações de amor mais conhecidas e emocionantes de nosso tempo, este livro é também uma afirmação comovente de companheirismo entre duas pessoas apaixonadas. “Você está para fazer 82 anos. Encolheu seis centímetros, não pesa mais do que 45 quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz 58 anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca.” Assim André Gorz inicia sua carta de amor a Dorine, mulher ao lado de quem ele passou a vida e que há alguns anos sofria de uma doença degenerativa incurável. Como um dos principais filósofos do pós-guerra francês, Gorz escreveu inúmeros livros influentes, mas nenhuma de suas obras será tão amplamente lida e lembrada quanto esta carta simples e bela, em que ele rememora tanto a história de companheirismo, amor e militância do casal como a trajetória intelectual que percorreram juntos. Um ano após a publicação de Carta a D., um bilhete encontrado na casa onde moravam fez as vezes de pós-escrito à narrativa: André e Dorine tiraram a própria vida juntos, numa renúncia comovente a viver sozinhos."


Resenha: Escrito em 2006 pelo filósofo André Gorz e publicado pela Cosac Naify em 2008, Carta a D. recebe uma nova edição agora nas mãos da Companhia das Letras. Aqui conhecemos a história de André e sua esposa Dorine que no início do livro está para completar 82 anos idade, ela demonstra o avanço da idade. Encolheu seis centímetros, pesa cerca de quarenta e cinco quilos, mas ainda é uma mulher graciosa e bela aos olhos do seu marido que está ao seu lado há cinquenta e oitos anos enfrentando momentos difíceis, mas desfrutando ao seu lado de momentos incríveis.

"Nossa história começou maravilhosamente, quase um amor à primeira vista. No dia em que nos encontramos, você estava acompanhada de três homens que pretendiam jogar pôquer com você. Você tinha cabelos auburn abundantes, a pele nacarada e a voz aguda das inglesas [...]" p. 11.

Aos poucos o autor analisa a sua vida e relembra os momentos importantes da sua carreira, sempre contando com o apoio de sua amada esposa Dorine que mesmo nos momentos mais difíceis permaneceu ao seu lado, ela inclusive abdica um pouco dos seus sonhos e projetos pessoais para que o seu marido possa viver o seu sonho, a escrita.

"[...] Você me deu toda sua vida e tudo de si; e eu gostaria de poder lhe dar tudo de mim durante o tempo que nos resta." p. 101.

Opinião: André Gorz escreveu esse livro em homenagem a sua esposa que conheceu em Lausana (Suíça) no ano de 1947 e com quem viveu por quase sessenta anos. Carta a D. trata-se em parte de uma declaração de amor, mas também nos demonstra o companheirismo de André por sua esposa. Em certo momento da leitura é possível percebermos a fragilidade do corpo humano e que muitas vezes a doença é um caminho sem volta e Gorz retrata isso por sua esposa que apresentou uma doença degenerativa.

Carta a D. é uma leitura curta, envolvente e carregada de amor, existe uma alta carga de sentimentos por parte do autor. Gorz demonstra ao longo da narrativa a vida dele e de sua esposa e o quanto Dorine influenciou e foi importante em sua vida. O autor deixa claro que esse relacionamento duradouro foi construído em cima de valores como amizade, amor e compreensão. Ele também nos faz refletir sobre uma frase muito comum em nossas vidas: "Eu te amo" e o quanto nós banalizamos essa frase. Carta a D. é um relato íntimo, não ficcional e tocante.
Sobre a Edição: Esse livro é pequeno e leve, conta com excelente revisão, inclusive há notas de rodapé que nos auxilia na leitura. A diagramação é simples, mas ficou ótima. As folhas são na cor creme, a fonte e espaçamento ficaram confortáveis. Essa edição conta também com uma jacket na coloração rosa, é simplesmente linda. A Companhia das Letras merece os parabéns pela simples e linda edição que elaborou.
Sobre o Autor: André Gorz foi um filósofo austro-francês, também conhecido pelo pseudônimo Michel Bosquet. Como jornalista, ajudou a fundar em 1964 o semanário Le Nouvel Observateur. No pós-guerra, apoiou Jean-Paul Sartre, em sua versão existencialista do marxismo, mas rompeu com ele após o Maio de 68 e passou a se interessar por ecologia política, da qual tornou-se um dos principais teóricos. Seu tema central foi o trabalho: liberação do trabalho, justa distribuição de trabalho, trabalho alienado, etc. Ele também defendeu a renda básica de garantia (ou renda básica de cidadania, que tem, no Brasil, o senador Eduardo Suplicy seu principal defensor). 

No dia 22 de setembro de 2007, em sua casa, na aldeia de Vosnon, André Gorz se suicidou aos 84 anos, ao mesmo tempo que sua mulher, Dorine, afetada por uma grave doença. A ela, Gorz havia dedicado o livro Carta à D. - História de um amor (2006).

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