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[RESENHA #519] DOCE LAR - TILLIE COLE


Título: Doce Lar | Série Sweet #1
Autora:Tillie Cole
Tradução: Flavia Sou Maior
Editora: Planeta | Essência
Ano: 2018
Páginas: 320
ISBN:  9788542212464
Onde Comprar: Amazon - Saraiva

Sinopse: Primeiro livro da série de maior sucesso da autora de Mil Beijos de Garoto. Aos vinte anos, Molly Shakespeare acha que já sabe de tudo. Ela leu Descartes e Kant. Ela estudou em Oxford. Ela sabe que as pessoas que te amam também te deixam. Mas quando Molly se muda da cinzenta Inglaterra para começar uma nova vida nos Estados Unidos, ela descobre que ainda tem muito a aprender. No Alabama os verões são mais quentes, as pessoas mais intimidantes e os alunos de sua nova escola muito mais viciados em futebol. Após conhecer o famoso quarterback Romeu Prince, Molly só consegue pensar em seus olhos castanhos, cabelos loiros, físico perfeito... e em como sua vida tranquila e solitária parece estar a ponto de mudar drasticamente.

Resenha: Molly Juliet Skakespeare é uma jovem de vinte anos que venho da Inglaterra para o Alabama, nos Estados Unidos da América para concluir seu mestrado em Filosofia da Religião e de extra ganha o trabalho de assistente da professora Suzy e assim se mantém financeiramente diante uma fraternidade caríssima da Universidade. Ela é uma jovem de destaque nos estudos, pois com vinte anos está a poucos passos de ter o grau de Mestre e avançar para seu doutorado, entretanto sua vida pessoal não segue a mesma felicidade que sua vida profissional.

"Meu pai dizia que apenas sorrisos completos mostram que alguém está realmente feliz." p. 17.

Romeo Prince é o jovem quarteback do time de futebol americano no estado e é um atleta promissor e sempre foi considerado o melhor em sua posição. Ele é o homem mais cobiçado do campus e as mulheres fazem qualquer coisa para ter pelo menos uma noite ao seu lado. Todavia, Rome é mais do que um corpo sarado e um atleta famoso. Ele tem uma família desequilibrada e completamente violenta. Ele é fruto de pais sem qualquer resquício de amor por ele. Ele foi gerado sem amor e sente-se preso as altas expectativas de seus pais milionários e incapaz de alcançar suas metas.

O que ambos não esperavam é que seus caminhos se cruzariam no primeiro dia de trabalho de Molly e a nerd com síndrome de Betty, a Feia se encantaria perdidamente pelo jovem Rome e coincidentemente repetiria o amor que Julieta e Romeu viveram há séculos atrás através do livro do autor inglês. Só que nada é flores e seu amor pode ser interrompido de forma brutal e visceral.
Opinião: Se a premissa de Doce Lar seguisse o que narrei acima, a obra teria ganhado o meu favorito ou favoritado sem dúvidas, porém ele segue um rumo perigoso e mal trabalhado pela autora, eu também criei muitas expectativas e desejo fortemente que o próximo volume dessa série tenha melhorado de forma significativa.

Molly aprendeu desde cedo que podemos perder a qualquer hora as pessoas que amamos. Sua mãe morrera dando à luz a ela. Seu pai perdera a vida quando ela tinha apenas seis anos e sua avó falecera quando a jovem completara quatorze anos e vivera em vários lares até se libertar do fardo de ser órfã, até que foi abraçada e amada por sua tutora, a professora Suzy. Molly é uma jovem forte mesmo com apenas vinte anos, porém tem um comportamento de "rato assustado" quando sente-se dependente de outra pessoa. Quando ela se apaixona, ela prefere fugir, do que esperar que a vida tire a mesma de sua existência.
" - Então estudar faz por você e o que você faz por mim? - Engoli em seco, sem saber o que responder. - É verdade. Você está fazendo algo comigo,Mol." p. 76.

Rome é um personagem que simplesmente detestei. Ele é lindo como qualquer homem dos livros desse gênero, porém teve a infelicidade de cair nas mãos de uma autora que perdeu o tato em sua construção psicológica.Ele é aparentemente forte, mas só parece. Em seu íntimo é um caos misturado com uma guerra, porque sua estrutura familiar é horripilante e desnecessária. Ele é oriundo de uma família que vive de status quo e quer vê-lo casado com uma megera loira que inferniza a vida dele a todo instante.

Não sei o que a Tillie imaginava quando escreveu esse livro. Ela deve ser projetado uma Molly independente e segura de si e um Rome com suas crises existenciais, mas não conseguiu seguir coerentemente com esse propósito, porque o Rome é desequilibrado, possessivo e inseguro SEMPRE. Tudo dele é Molly aqui e ali. Sei que ele teve um passado bem conturbado, todavia isso não justifica um comportamento de "predador das cavernas". Problemas de agressividades oriundos de traumas de infância se resolvem com terapia e acompanhamento psicológico e não com uma "santa que se acha feia, mas é linda na verdade., além da relação dele girar mais em torno do sexo do que o emocional.


" - Você simplesmente é. Você traz paz ao meu mundo completamente fodido. Você me entende; ninguém nunca me entendeu antes. Simples assim." p. 104.


Não sei se nos EUA é normal as mulheres seguirem a crença que devem ser as únicas a lutarem pelos relacionamentos e principalmente, "salvarem" seus parceiros de seus "fantasmas" perturbadores, mas o que mais se debate atualmente é essa inverdade que as mulheres são "salvadoras, imaculadas e milagrosas". Não tem cabimento uma mulher inteligente e promissora se envolver com um homem que nem sabe enfrentar a si mesmo. Alguns leitores podem discordar da minha visão, porém banalizar relacionamento abusivo e ainda o encarar como um "desafio" para as mulheres é ridículo.


Os personagens coadjuvantes como os amigos de Rome e as amigas de Molly são bem trabalhados e cativantes, porque não seguem esterótipos. Eles são desconstruídos e seguros de si sem medo de ser humanos e tem mais química do que essa nova versão de Romeu e Julieta. 
Doce Lar é um livro que serve como entretenimento, porém não espere mais que isso e continue a série, porque os demais são surpreendentes.
A escrita da autora é fluída, porém a forma como ela abordou assuntos sérios nesse primeiro livro me decepcionou. Posso ler os demais, porque vi comentários positivos dos outros volumes. Doce Lar é uma obra que tinha tudo para se tornar referência em seu nicho literário, porém pela falta de feeling da autora ganhamos um livro raso e sem exploração crítica sobre relacionamentos abusivos.
"Eu nunca o tinha visto chorar." p.212

Sobre a Edição: A capa do livro corresponde ao entrelaçamento mais profundo de Molly e Rome lá no final do livro e o título se encaixa bem com a visão de Molly sob o namorado e o que eles enfrentam com alguns acontecimentos dramáticos no livro. A narração é totalmente feita por Molly, mas no final do livro ganhamos um capítulo narrado por Rome. A fonte e as folhas usadas são confortáveis para qualquer leitor.

Sobre a Autora: Tillie Cole nasceu em Teesside, na Grã-Bretanha, filha de uma mãe inglesa e um pai escocês. Graduada na Universidade de Newcastle, ela foi professora por sete anos antes de se mudar com o marido para o Canadá. Escreve romances contemporâneos – como sua série de maior sucesso, Sweet. Mil Beijos de Garoto é sua estreia no gênero jovem adulto.

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