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[RESENHA #452] FRANKENSTEIN - MARY SHELLEY



Título: Frankenstein
Autora: Mary Shelley
Editora: Coleções Folha (Folha de S. Paulo)
Páginas: 240
Ano: 2017

ISBN: 9788579493430
Onde Comprar: Coleções Folha - Livraria da Folha

Sinopse: 
Passando o verão na Suíça, quatro amigos, sem poder sair de casa por causa da chuva, resolvem passar o tempo com uma competição: quem contaria a mais arrepiante história de horror? Os concorrentes eram literatos de renome: lorde Byron, Percy Bysse Shelley e John Polidori - aos quais se juntou a esposa de Shelley. O vencedor, contudo, foi a caçula - a única mulher do grupo. A inglesa Mary Shelley (1797-1851), mulher de Percy e filha do anarquista William Godwin e da feminista Mary Woollstonecraft, tinha apenas 18 anos quando escreveu Frankenstein, ou O Prometeu Moderno, publicado pela primeira vez em Londres, sob anonimato, em 1818 (o nome da autora só apareceria na segunda edição, publicada na França, em 1823).Nascido, como a autora conta, de um pesadelo, Frankenstein aterrorizaria as gerações seguintes com sua história da criatura que se rebela contra o criador - uma metáfora popularizada por inúmeras adaptações teatrais e cinematográficas e ameaçadoramente atual em suas diversas implicações científicas, religiosas e políticas.

Resenha: Victor Frankenstein é um jovem apaixonado por ciências naturais e desde muito novo sempre buscou descobrir os segredos da natureza, mas para isso, ele começou a ler livros científicos de autores mais ortodoxos, alguns desses autores no seu tempo já eram considerados ultrapassados, mas isso não desanimava o jovem Frankenstein. Tempos depois, o protagonista ingressa em uma faculdade, onde conhece dois professores, um é complacente com as leituras que Victor realiza, contudo outro professor é totalmente cético com essas ideias estudadas por Victor.

"O amanhecer, tetro e úmido, finalmente chegou, e revelou a meus olhos insones e dolorosos a igreja de Ingolstadt, seu campanário branco e o relógio, que indicava a sexta hora. O porteiro abriu as portas do pátio que fora meu asilo naquela noite, e me meti pelas ruas, percorrendo-as com passos rápidos, como se buscasse evitar o desgraçado, temendo que, a cada curva da rua, se apresentasse à minha vista." p. 65.

Victor, o nosso cientista se entrega de corpo e alma para o seu grande objetivo, criar a vida à partir de um corpo inanimado, ele em seu laboratório cria um monstro enorme e extremamente feio através do seus experimentos científicos, porém esse ser poderá ser a sua perdição, a sua grande derrota pessoal. Surge a vida em sua criação, porém Victor fica espantado e tão logo decide abandonar à sorte o que concebeu. Uma doença abate Victor e ele fica sob os cuidados de um amigo, mas algo o deixa inquieto, o que aconteceu com a sua criação? Pois, esta não se encontrava mais em seu laboratório, em seu apartamento.
Conforme o tempo passa, a saúde de Victor vai se restabelecendo e em dado momento ele recebe uma carta  de seu pai informando que uma tragédia abateu a sua família, o seu irmão menor foi assassinado e o seu pai requisita o seu retorno imediato para ajudar a sua prima que estava profundamente triste e desconsolada com a perda do primo. Tão logo retorna, Victor depara-se com a sua monstruosa criação, ele acredita que a mesma tenha ligação com a tragédia que recaiu em sua família.

"A lua desapareceu da noite, e novamente, em um formato menor, mostrou-se, enquanto eu ainda permanecia na floresta. Minhas sensações, nessa época, tinham se tornado distintas, e minha mente recebia ideias adicionais todo dia. Meus olhos ficaram acostumados à luz, e a perceber objetos em suas formas corretas; distinguia o inseto da erva e, gradualmente, uma erva da outra. Descobri que o pardal só produzia sons broncos, enquanto o melro e o tordo eram doces e sedutores." p. 121.

Durante esse tempo em que criador e criatura ficaram afastados, longe um do outro, o monstro precisou enfrentar diversas dificuldades que apareceram em seu caminho. Foram anos sozinho, enfrentando a solidão, a fome e o frio, enquanto amaldiçoava o seu criador, questionando principalmente o motivo pelo qual foi abandonado e nesse reencontro, a criatura conta para o seu criador toda a sua história, tudo o que precisou enfrentar para permanecer de pé, para permanecer vivo.
Opinião: Frankenstein é um grande clássico da literatura mundial e admito que fiquei encantada com o universo que Shelley apresentou. A escrita da autora é muito boa e nos cativa. Victor é um personagem extremamente bem construído e envolvente, já a criatura é bem construída, eu fiquei envolvida e cativada devido a sua busca pela aceitação enquanto carrega uma forte carga de sofrimento e horror, além do desprezo do seu criador. Essa é uma história que leva o leitor a refletir sobre a sua vida, as escolhas que são feitas, mas também nos leva a refletir sobre a sociedade em que vivemos, sobre a ciência e até que ponto é ético ou moral os experimentos que os cientistas realizam em busca de novas descobertas. Mary Shelley nos presenteia com uma história sombria e ao mesmo tempo delicada, narrada de forma poética e bela. Frankenstein é uma leitura obrigatória para todos que ama terror, mas principalmente para aqueles que querem explorar o universo da literatura clássica.
Sobre a Edição: Frankenstein é o décimo terceiro volume da coleção Mulheres na Literatura e assim como nos volumes anteriores, a Coleções Folha mantém um padrão de qualidade muito bom. A revisão ficou caprichada e só demonstra a competência da editora, as folhas são amareladas, já a fonte e o espaçamento ficaram confortáveis, essa é uma edição que conta com capa dura.
Sobre a Autora: Mary Wollstonecraft Shelley foi uma escritora britânica, filha do filósofo William Godwin e da pedagoga e escritora Mary Wollstonecraft. Casou-se com o poeta Percy Bysshe Shelley em 1816, depois do suicídio de sua primeira esposa. Incentivada desde pequena pelo pai a ser escritora, produziu diversos trabalhos, porém infelizmente poucos manuscritos sobreviveram com o tempo. Escritora de grande expressividade na literatura inglesa, publicou contos, séries de dramaturgia e ensaios, mas sua obra mais famosa foi Frankenstein, que lhe rendeu diversas adaptações e traduções.

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