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[RESENHA #384] VACAS - DAWN O'PORTER

Título: Vacas
Autora: Dawn O'Porter

Editora: HarperCollins
Páginas: 336
Ano: 2017
ISBN: 9788595081710
Onde Comprar:
 Amazon - Saraiva

Sinopse: 
Um pedaço de carne; feito para reproduzir; além da sua data de vencimento; parte do rebanho. Mulheres não têm que se encaixar em estereótipos. Tara, Cam e Stella são estranhas vivendo suas próprias vidas da melhor forma que podem, apesar de poder ser difícil gostar do que você vê no espelho quando a sociedade grita que você devia viver de um jeito específico. Quando um evento extraordinário cria laços invisíveis de amizade entre elas, a catástrofe de uma mulher vira a inspiração de outra, e uma lição para todas. Às vezes não tem problema não seguir o rebanho. Vacas é um livro poderoso sobre três mulheres julgando uma à outra, mas também a si mesmas. Entre todo o barulho da vida moderna, elas precisam encontrar suas próprias vozes. 

Resenha: Vacas é uma obra que ressalta que o direito de escolhas é livre para a espécie humana e não aceita distinção de gênero. O livro conta três histórias de mulheres diferentes, mas que enfrentam diariamente a “ditadura” para o gênero feminino que vive sob um massacrante regime de regras e condutas que limitam a liberdade e inferiorizam as mulheres.

A primeira narrativa é de Tara, uma mulher de 42 anos produtora de documentários numa empresa de grande porte. Ela vive em um ambiente profissional de resquícios de misoginia e por isso necessita constantemente demonstrar mais força e capacidade para ser vista como “socialmente aceita”. É mãe após uma noite com um cara, isso aos 36 anos. Mãe solteira jornada cansativa e que lhe garante julgamentos alheios, oriundos da crença que mães solteiras merecem a desgraça e a humilhação diária. Bombardeada por pressões vindas de homens e mulheres, ela toma uma atitude que lhe rende a internet e consequentemente o status de mulher descontrolada e incapaz.
"— Não tem "mas", Philippa. As mulheres não podem continuar reclamando sobre como são tratadas pela sociedade se não reagem quando dizem que elas estão erradas. Você pode me dizer que Janis é uma escrota, mas não sou eu que a vejo todo dia e deixo ela se safar com isso. Faça alguma coisa, diga como se sente. Nada vai mudar se você não se mexer." p. 133.

A segunda história é de Camilla Stacey. Ela é blogueira com ideias fortes e inabaláveis sobre o feminismo. Tem 36 anos, solteira, feliz e de bem com a vida, menos quando as pessoas lhe dizem que ser solteira é sinônimo de infelicidade. Revoltada com os pensamentos errôneos e machistas, ela se ver no meio de uma rebelião para demonstrar a sociedade que matrimônio e maternidade nunca foram símbolos de felicidade e plenitude.

"Você tem o poder de moldar seu próprio destino, você tem o poder de moldar seu de não ser diminuída, rebaixada ou intimidada." p. 146.

A última narrativa é de Stella, uma assistente pessoal de um fotógrafo. Tem 27 anos e com um dilema grande em suas mãos: Ela descobriu que tem o gene BRCA, igualmente como sua mãe e irmã gêmea tiveram e que causa câncer. A única solução é a retirada das mamas e o ovário para a diminuição da chance de desenvolver o câncer (a chance dela é de 85%), porém o problema é que ela ficará impossibilitada de gerar filhos após esse procedimento. Tomada pela vontade insana de ter filhos, ela entra em outra problemática: o namorado dela a deixa após o diagnóstico de Stella. Então, ela começa a traçar um plano para seu desejo.
Opinião: Ambas as histórias esbarram em temáticas como a liberdade pessoal das mulheres, feminismo, sociedade patriarcal e a posição das mulheres na atualidade. As escolhas das personagens é apenas “acessório” na obra, pois as situações na qual se encontram é que são o foco e a discussão levantada. Estamos no século XXI, entretanto as mulheres ainda vivem sob julgamentos sociais vindo de um sistema patriarcal que ver a mulher como incapaz de desenvolver trabalhos, tomar decisões e viver sem ser esposa ou mãe. O gênero feminino ainda luta para viver sem regras e visões que tornam o mesmo inferior ao outro gênero.

A maior questão do livro é que a sociedade se modifica, porém a individualidade e a liberdade pessoal de escolhas não estão totalmente nas mãos das mulheres, no que tange a vida delas. A autora mostra que as mulheres são desnudas diariamente apenas por serem mulheres. O julgamento é constante e evasivo e causa problemas irreparáveis, condenando-as a incapacidade de governarem suas vidas e serem ouvidas. Vacas é um “grito” social para a problemática feminina que não tem autonomia total sob seu corpo, voz, ideias e escolhas e clama por igualdade de gêneros.
Sobre a Edição: A edição está linda, a diagramação ficou muito boa com fonte bem legivel e conta com folhas amarelo das e detalhes bem bonitos nos capítulos que combinam com o contraste da capa amarelo e preto. 
Sobre a Autora: Dawn O'Porter nasceu em 23 de Janeiro de 1979 na cidade de Alexandria, Escócia (Reino Unido). Ela é uma romancista, colunista, locutora e designer que vive em Los Angeles com o seu marido Chris, o seu filho Art. Dawn fez diversos documentários sobre todo tipo de coisas, desde poligamia, parto, gueixa, imagem corporal, câncer de mama e até mesmo o filme Dirty Dancing. 

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