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[RESENHA #322] UM LUGAR CHAMADO LIBERDADE - KEN FOLLETT


Título: Um Lugar Chamado Liberdade
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Páginas: 400
Ano: 2014
ISBN: 9788580413304
Onde Comprar:
 Amazon - Saraiva

Sinopse:
 Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários.
Durante uma visita dos Jamissons à propriedade, Mack acaba encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida, mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser submissas e não têm vontade própria.

Apesar de separados por questões políticas e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável. Das fervilhantes ruas de Londres às vastas plantações de tabaco da Virgínia, passando pelos porões infernais dos navios de escravos, Mack e Lizzie protagonizam uma história de paixão e inconformismo em meio a lutas épicas que vão marcá-los para sempre. Com 8 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, “Um lugar chamado liberdade” é mais uma prova de que Ken Follett é um mestre absoluto em criar tramas complexas e emocionantes.

Resenha: O autor galês Ken Follett nos leva para High Glenn uma pequena aldeia mineira na Escócia do ano de 1766, dominada pela família Jamisson. Nessa cidade os mineradores levam uma vida árdua e sofrida, sem contar que as condições de trabalho são insalubres. É nessa pequena cidade que conhecemos Mack MacAsh um rapaz de 21 anos que não aguenta mais essa vida que leva, para piorar a situação Mack foi condenado à escravidão e a sua ocupação como minerador é na verdade uma condição de trabalho escravo.

"A pequena Igreja estava lotada. Os Jamissons e seus convidados ocupavam grande parte do espaço, as mulheres com saias largas e os homens com espadas e chapéus de três pontas. Os mineradores e arrendatários que formavam a habitual congregação dominical mantinham certa distância dos recém-chegados, como se temessem tocar suas roupas elegantes e sujá-los de pó de carvão e bosta de vaca." p. 20.

Não aguentando mais a incerteza quanto ao próprio futuro, Mack após enfrentar Sir George Jamisson, o seu dono, coloca em sua mente que precisa fugir desse lugar e conquistar a sua liberdade. Mack resolve recorrer a um advogado de Londres que após estudar o seu caso, concluí que o mesmo está em situação ilegal e envia uma carta para o escocês, alegando que existe meios para reverter essa situação. Diante dessa notícia, Mack resolve comunicar a população sobre os seus direitos, ao mesmo tempo ele acaba mexendo em um vespeiro, porém ele consegue fugir para a cidade de Londres com a promessa de juntar dinheiro suficiente para resgatar a sua irmã gêmea Esther.
Ao chegar na cidade de Londres, Mack tem esperança de recomeçar a vida e apesar das dificuldades, ele consegue trabalhar livremente, longe da gananciosa família Jamisson, algo que o deixa feliz. Porém, Londres não é tão diferente da pequena cidade da Escócia, ele percebe que homens poderosos mandam na região, os caminhos de Mack acaba cruzando com o da família Jamisson. O jovem rapaz acaba vendo-se envolvido em confusões que o leva a ser preso, condenado e deportado para os Estados Unidos.

"- Eles querem que vocês assustem essas pessoas da camada média com violência e baderna. Isso fará com que elas comecem a se preocupar com a manutenção da ordem e parem de pensar na liberdade de expressão. Assim, quando o Exército marchar pelas ruas, haverá um suspiro de alívio coletivo em vez de um rugido de indignação." p. 192.

Em meio aos apuros que passou na Escócia e em Londres, o destino faz com que uma figura sempre apareça na vida de Mack, é a jovem Lizzie Hallim, uma moça da alta sociedade que está prestes a falir e com isso se vê obrigada a casar-se com Robert Jamisson, filho mais velho de Sir George Jamisson, para assim manter as suas terras. Com o passar do tempo, Lizzie e Mack acabam vendo semelhanças um no outro, com por exemplo os espíritos rebeldes de cada um. 

Lizzie prometida a Robert, acaba gostando de Jay, o irmão mais novo do seu pretendente, esse sentimento é recíproco. Para fugir desse casamento, Lizzie e Jay embarcam rumo aos EUA em busca de uma nova vida, assim como Mack que foi deportado para essa nova terra repleta de oportunidades. Quis o destino que Lizzie e Mack se encontrassem novamente, agora nessa viagem em que eles buscam ter vidas novas.

Opinião: Ken Follett é um dos grandes mestres da ficção histórica e sempre leva ao leitor livros excelentes como "Os Pilares da Terra", "Mundo Sem Fim", "O Voo da Vespa", "Queda de Gigantes" e outros. O livro "Um Lugar Chamado Liberdade" não poderia ser diferente, pois é um livro de muita qualidade onde o autor mescla elementos históricos com personagens ficcionais de forma magnífica. Follett nos demonstra de forma brutal como era o trabalho nas minas de carvão, principalmente na condição de escravo como a de Mack. Também retrata o poder político e financeiro nas mãos de poucos, seja na pequena aldeia de High Glenn ou na grande cidade de Londres. 
Um Lugar Chamado Liberdade é um soco no estômago do leitor, retrata a vida dura, bem como as poucas opções que a mulher ou o pobre tinham na sociedade daquela época. O trabalho era dia e noite para as pessoas que tinham nenhuma ou poucas posses. As mulheres eram obrigadas a se casarem por meio de casamentos arranjados ou mesmo para abater dívidas ou salvar as terras da família. É revoltante as condições de trabalhos que os escoceses e londrinos precisam enfrentar.

Eu particularmente gostei da construção dos personagens principais, Mack é um rapaz de personalidade forte que não se conforma com o sistema que impõe regras duríssimas contra homens e mulheres desprovidos de riquezas ou estudos, enquanto a alta sociedade vive da forma que quer. Mack é um rapaz determinado, inteligente, sagaz e esclarecido que percebe e defende os seus direitos, bem como dos demais trabalhadores. Lizzie é uma mulher que está a frente do seu tempo, pois ela não aceita a posição submissa que a mulher do século XVIII é obrigada a aceitar e suportar. Ela é contra a ideia de aristocracia presente em sua época, porém ela fica mais no campo da teoria do que da luta por melhorias.

Em suma, Um Lugar Chamado Liberdade é um livro que nos faz pensar sobre a natureza humana e com personagens lutando por seus ideais. A leitura foi incrível e envolvente. Recomendo essa leitura para todos que gostam de uma ótima leitura e também queira sair de sua zona de conforto. Eu só tenho que agradecer à Editora Arqueiro por me enviar essa obra magnífica!
Sobre a Edição: A Editora Arqueiro nos apresenta um competente projeto gráfico. A capa é bonita e retrata parte da história, as folhas são amareladas, as fontes e o espaçamento ficaram confortáveis. Não encontrei erros na revisão que pudessem atrapalhar a leitura. Os capítulos são relativamente curtos e isso é algo que facilita a leitura.
Sobre o Autor: Kenneth Martin Follett é um escritor formado em Filosofia pela University College, de Londres. Com o livro O Buraco da Agulha (Eye of the Needle), venceu a premiação Edgar Award como melhor romance de 1978. Follett escreveu diversos livros como O Triângulo, A chave de Rebeca, Na Toca do Leão, O Homem de São Petesburgo, Uma Fortuna Perigosa, O Vôo da Aguia e o Terceiro Gêmeo. Em 1989 lança o seu livro de maior sucesso, Os Pilares da Terra (The Pillars of the Earth) que foge a regra dos seus temas usuais de guerra e espionagem, por se tratar de um romance histórico passado na idade média européia. A obra ganhou uma sequencia em 2007: Mundo Sem Fim (World Without End).

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