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[HISTÓRIA DA LITERATURA # 2] ROMANCES HISTÓRICOS

No mês de maio eu tive o privilégio de participar da FLIPOÇOS - Feira do Livro de Poços de Caldas - MG, na ocasião eu compartilhei com o público uma palestra sobre romances históricos, então decidi trazer o texto para os leitores da Saga Literária.
A minha paixão por História surgiu por causa do livro “A Máquina do Tempo” do escritor H.G. Wells, eu li o livro quando tinha dez anos, eu me via viajando através do tempo, conhecendo épocas pelas quais a humanidade passou. Desde então me tornei apaixonado por romances históricos. 

O romance histórico é um gênero literário que mistura história e ficção, reconstruindo acontecimentos, costumes e personagens de época. O romance histórico surgiu durante o Romantismo no início do século XIX, logo se celebrizou com obras como Ivanhoé, de Walter Scott. Narra a luta entre saxões e normandos, as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão. É considerado o primeiro romance histórico do Romantismo. A obra surgiu num momento em que se procurava exaltar o nacionalismo, e obteve um enorme sucesso. Nele os valores da cavalaria medieval são enaltecidos, assim como o heroísmo inglês. Embora fosse protagonizado pelo cavaleiro Wilfred de Ivanhoé, são os personagens quase anônimos que encontram maior destaque do que este, a exemplo de Brian de Bois Gilbert, um templário, vilão que realiza várias maldades. 

Alexandre Dumas talvez tenha sido o romancista histórico mais famoso, publicou obras que se tornaram grandes clássicos: Os Três Mosqueteiros, O Homem da Máscara de Ferro e Rainha Margot, o transformaram no grande mestre de romances históricos. Temos outros exemplos de romances históricos que viraram sucesso: Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano e Guerra e Paz de Leon Tolstói. O filósofo húngaro Lukáks afirma, sobre o romance histórico: exige uma narrativa capaz de reconstituir com minúcia os componentes sociais, jurídicos e culturais que caracterizam essas épocas. A composição das personagens e dos cenários é feita de modo que estejam em concordância com documentos e dados históricos, oferecendo ao leitor uma noção da vida e dos costumes da época.

No Brasil, há importantes obras que reconstroem com detalhes a história do país, sendo José de Alencar um dos primeiros a escrever esse gênero, com assuntos sobre escravos e índios. Os romances indianistas de Gonçalves Dias também são considerados romances históricos, pois também tratam de temas de época. 

Nos últimos tempos, uma febre de romances históricos tomou conta do mundo. O melhor romance histórico brasileiro que eu li foi “A Casa das Sete Mulheres” da escritora gaúcha Letícia Wiershowski, sobre a Revolução Farroupilha que se tornou série na Globo. Tivemos também a trilogia “O Tempo e o Vento” do Érico Veríssimo que narra a saga de uma família através dos tempos contando a história do Rio Grande do Sul. Eu ainda não tive o privilégio de conhecer o Sul, mas me apaixonei pela região através da Literatura. 

Temos autores muito bons que escreveram história através de escrita jornalística, às vezes são confundidos com romances históricos por que se parecem muito com literatura, são tão bons que até confundem o leitor.   Fernando Morais (Olga, Château – O Rei do Brasil, Corações Sujos), Laurentino Gomes (1808, 1822, 1889). Para mim o melhor escritor brasileiro na atualidade, aliás, é uma escritora, se chama Mary Del Priore, autora de livros fantásticos sobre a História do Brasil, recentemente ela publicou o seu primeiro romance histórico “Beija-me onde o Sol não Alcança” sobre uma ex-escrava que se relaciona com um fidalgo, os escândalos da época, preconceitos, etc...

O escritor francês Max Gallo é um dos meus favoritos, publicou romances importantes sobre a História da França; Robespierre, Napoleão, Garibaldi, Resistência Francesa, entre outros. O autor Maurice Druon que também nasceu na França, publicou a série "Os Reis Malditos" sobre a história do rei Felipe - O Belo, Templários e o Grão Mestre Jacques de Molay. Temos também o autor estadunidense Jeff Shaara com seus romances sobre a Guerra Civil Americana, Independência dos Estados Unidos, Primeira e Segunda Guerras Mundiais. O romancista galês Ken Follett também não poderia ficar de fora, escreveu romances históricos incríveis, trilogia "O Século" que aborda as guerras dos últimos cem anos, entre  muitos outros.

O grande autor de romances históricos da atualidade é o britânico Bernard Cornwell, não é a toa que ele é o meu preferido. A saga Crônicas Saxônicas com 10 volumes publicados virou uma série de grande sucesso com o título “O Último Reino”  que conta a história de Essex, o único reino da Inglaterra que não foi conquistado pelos Vikings. Alfredo, o rei de Essex procura unir os outros reinos britânicos que foram dominados para lutar contra os invasores. Cornwell também é autor de “As Aventuras de Sharpe”  uma saga em vinte volumes que abordam as guerras napoleônicas, é um grande sucesso de vendas no Brasil, entre muitas grandes obras. O penúltimo livro de Cornwell publicado no Brasil foi “Guerreiros da Tempestade” está na lista dos livros mais vendidos do mundo.

Temos ainda as fantasias históricas, mas que foram inspiradas em história real. O Senhor dos Anéis foi inspirado nas experiências que Tolkien teve na Primeira Guerra Mundial, Game Of Trones de George R.R. Martin foi baseado na Guerra das Rosas que fez parte da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. A importância dos romances históricos é enorme por que aprendemos História de forma super prazerosa, não é mais um peso, é fantástico. A minha paixão por História se deve aos romances históricos.

                                                          OBRAS CITADAS








 










FOTOS DE MAX WAGNER NA FLIPOÇOS



























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