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[RESENHA #125] O AMERICANO TRANQUILO - GRAHAM GREENE


Título: O Americano Tranquilo
Autor: Graham Greene
Editora: Coleções Folha
Tradução: Cássio de Arantes Leite
Páginas: 216
Ano: 2016
ISBN: 9788579492945

Sinopse: O próprio Graham Greene (1904-1991) costumava dividir sua obra entre romances e entretenimentos. O americano tranquilo escapa dessa definição e revela o seu talento como escritor e sua humildade como homem. É ao mesmo tempo um grande romance e um entretenimento sutil e inteligente. Tendo como cenário o Vietnã em um dos momentos mais importantes da sua história, o autor consegue disfarçar a fórmula consagrada na literatura universal: ele, ela e o outro. Ou seja, o triângulo amoroso numa de suas mais perfeitas manifestações. Um jornalista inglês, que estava cobrindo a confusa guerra local, tendo como amante uma vietnamita atraente, percebe aos poucos que está sendo traído pelo seu melhor amigo, que é justamente o americano tranquilo. Os três personagens principais são afogados dramaticamente pelas idas e vindas de uma guerra que marcou o século XIX com um conflito militar e ideológico. Carlos Heitor Cony Cronista da Folha.

Resenha: O Americano Tranquilo é uma obra do autor inglês Graham Greene e é colocado por muitos como um dos maiores autores do último século. Na presente obra vamos acompanhar um triângulo amoroso, fato esse que se passa em Saigon durante a guerra da Indochina Francesa, nos anos 50. A história de O Americano Tranquilo é narrada pelo personagem e protagonista Alden Pyle.

"Virei-me para entrar quando notei uma garota esperando na porta ao lado. Não dava para ver seu rosto, apenas as calças brancas de seda e a longa túnica florida, mas eu a reconheci assim mesmo." p. 11.

Pyle é um jovem rapaz, integrante da CIA que é enviado para Saigon para auxiliar as forças locais. Pyle todavia mostra ingênuo e bem intencionado, ou seja, é o americano tranquilo.

Fowler é um jornalista britânico, de meia idade, cansado do jornalismo e que abomina a política medíocre e interesseira. Tem como paixão o Vietnã e lá assim como Pyle, apaixona-se pela bela vietnamita Phuong.

Em dado momento Fowler e Pyle se conhecem e criam uma relação de amizade, de um lado temos o jornalista realista e sarcástico, que vai cobrir a guerra na Indochina Francesa e do outro lado o jovem americano. É com esses três personagens que se desenvolve o triângulo amoroso. 

"Pyle possuía um apartamento em uma nova vila perto da rue Duranton, travessa de uma dessas ruas principais que os franceses sempre subdividiam em homenagem a seus generais." p. 29.

O americano Pyle, apaixonado por Phuong decide conquistá-la, porém ao mesmo tempo, pretende manter a amizade com Fowler. Porém, Phuong é a única alegria na vida de Fowler, que é casado e católico, algo que o impede de se casar com Phuong, pois ela é sua amante e sua esposa não lhe concede o divórcio. São vários os desdobramentos desse triângulo amoroso e da guerra da Indochina sobre a população de Saigon. 

Opinião: Graham Greene nos traz uma visão crua sobre a banalização da vida humana em decorrência da guerra, que pode ser extremamente cruel, onde as vidas de civis são sacrificadas para eliminarem os militares. Graham ainda nos mostra o quanto a guerra afeta as vidas das pessoas em geral.
Greene escreveu uma trama que se mostrou eficaz e ágil, onde o triângulo amoroso serve como um condutor, um mecanismo para a análise de um evento que foi real, a guerra da Indochina; mostrando aos leitores, como os objetivos de grandes potências, pautadas pela ganância, podem destruir uma nação, com a justificativa da luta pela liberdade.
O Americano Tranquilo é também uma obra que trata de aspectos morais e sentimentais, onde por analogia Phuong é um joguete nas mãos dos dois homens, assim como o Vietnã foi nas mãos das potências ocidentais e também da antiga União Soviética. Como resultado dos conflitos, pois a perpetuação do sofrimento, do atraso econômico e principalmente a presença da miséria.
A Coleções Folha está de parabéns pela bela edição de O Americano Tranquilo que é o 25º volume da coleção Grandes Nomes da Literatura, onde a editora se propôs em publicar diversas obras clássicas. Particularmente adorei a leitura, que me fez refletir sobre o sofrimento e miséria humana, a ganância e aspectos de relacionamento.

Por Mayara Frossard

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