Resenha: Narrado em primeira pessoa, conhecemos Jane Hughes, uma garota feliz e que aos olhos de outras pessoas é uma pessoa aparentemente normal. Hughes tem um bom emprego, ela trabalha em uma reserva de proteção para animais. Hughes namora Will, um rapaz super atencioso e carinhoso, mas o que ninguém imagina é que o seu passado é profundamente perturbador. A verdade é que Jane Hughes oculta a sua verdadeira identidade, o seu nome real é Emma, mas tudo vai por água abaixo quando ela recebe um bilhete com ameaças.
"Sei que ele é encrenca antes mesmo de pôr os pés no prédio. Dá para ver pelo jeito como bate a porta do carro e cruza o estacionamento pisando duro, sem nem esperar para ver se a esposa baixinha de óculos vem logo atrás. Ao chegar às portas de vidro da recepção, olho de volta para a tela do computador. Melhor evitar contato visual direto com um agressor [...]" p. 9.
Essa mudança de nome e por consequência mudança de vida teve início cinco anos antes quando ela acompanhada de três amigas, amizade essa que iniciou na faculdade decidem viajar para o Nepal, onde pretendiam embarcar em um retiro espiritual. A amizade das garotas era instável e repleta de segredos, cada uma era completamente diferente da outra. Chegando no Nepal as quatro amigas se hospedam em um local remoto, um local que serve de retiro espiritual. Mas a viagem das garotas para o Nepal não ocorre conforme o planejado e tudo sai de controle quando duas de suas amigas morrem nessa jornada.
"Erguendo-se por cima do manto de nuvens que nos cerca, vemos três casas separadas, interligadas por caminhos cercados, a silhueta dos telhados de três níveis como os dos templos chineses desenhada contra a paisagem [...]" p. 61.
Foi essa tragédia que serviu de motivação para que ela assumisse uma nova vida, pois no passado ela era submissa e não tinha pulso firme em suas decisões e escolhas. Ela aceitava tudo os que seus pais ordenavam e abaixava a cabeça para os homens com quem se relacionava. Agora com esse bilhete, Jane/Emma vê uma grande ameaça a vida que leva, ela vê que a chance de sua vida sair dos trilhos é enorme, o bilhete só serviu para começar a desmoronar a sua vida e ela passa a duvidar de tudo e todos a sua volta, inclusive se é possível ou não confiar em seus amigos. O passado volta com força e agora ela precisa lidar com essa grande tormenta.
Opinião: Escrito pela autora britânica Cally Taylor, A Farsa é um livro de thriller psicológico e conta com uma boa premissa, a trama é interessante e aos poucos a autora vai soltando informações e revelações do presente e passado da protagonista. É positivo e interessante essa jogada da autora de intercalar o presente com o passado, deixa um clima de suspense no ar, mas ao mesmo tempo ela peca em criar mistérios que mexa profundamente conosco e que nos deixe totalmente imerso na leitura. Um ponto bem positivo e me agradou bastante na história foram os momentos que ocorrem na comunidade remota localizada nas montanhas do Nepal, e nesse cenário existe alguns momentos fortes e chocantes. A Farsa em geral é uma boa leitura, mas que apresenta falhas e acredito que poderia ser um livro melhor.
Sobre a Edição: Eu particularmente gostei do projeto gráfico apresentado pela Bertrand Brasil, segue uma padronização que estou habituado a ver em outros livros do Grupo Editorial Record. A capa é bem bonita, tem um clima desolador e suspense no ar. As folhas são amareladas, a fonte está em bom tamanho e o espaçamento ficou confortável. O livro conta com 49 capítulos ao todo e eles são curtos, isso ao meu ver é positivo, pois facilita a leitura.
Sobre a Autora: Cally L. Taylor nasceu em Worcester, no Reino Unido, e formou-se em Psicologia pela Universidade de Northumbria. Ela é uma autora bestseller de thrillers psicológicos. Os seus livros venderam mais de um milhão de exemplares, tendo já sido traduzidos em mais de 20 países.
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